O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que o governo deve anunciar hoje a privatização de 17 empresas. “E nós achamos que vamos surpreender. Tem gente grande aí que acha que não será privatizado e vai entrar na faca”, disse o ministro, que afirmou em seguida que “ano que vem tem mais”. “Nós vamos seguir (com as privatizações), é um tempo bom, vai dando certo. Achamos que quatro anos é um tempo bom, faltam três anos e meio, dá tempo ainda”, disse o ministro.
O ministro apontou que a meta é de levantar 20 bilhões de dólares com as privatizações no primeiro ano do governo Bolsonaro. Também argumentou que se o governo seguir com a agenda econômica, virá “muito dinheiro de fora” para cá. “Eles (o mundo) cresceram muito e agora estão desacelerando. Já nós estamos saindo da clínica de reabilitação.”
Hoje ás 09h30, Paulo Guedes e Bento Albuquerque (Ministro de Minas e Energia) se reúnem com Maia para discutir a privatização da Eletrobras, uma das empresas da lista de 17.
No que tange a descentralização de recursos, o conjunto de medidas do chamado novo Pacto Federativo prevê recursos da ordem de R$ 500 bilhões em 15 anos para Estados e municípios. As ações foram anunciadas na noite de ontem, após extensa reunião em Brasília entre a equipe do Ministério da Economia e senadores.
A ideia é que essa redistribuição de recursos aos governos regionais ocorra em diversas linhas de atuação. Uma das principais é a que prevê royalties e participações especiais que hoje estão nas mãos da União. A partir do ano que vem, 30% desse dinheiro vai para Estados e municípios. Em 2021, passa a ser 35%, e sobe cinco pontos percentuais por ano, até alcançar o nível de 70%. O repasse deve ir de R$ 6 bilhões a R$ 32 bilhões anuais.
Há ainda medidas como a formatação do Fundeb, liberação de recursos do Fundo de Apoio às Exportações (FEX) e o chamado “Plano Mansueto”, que vai dar R$ 40 bilhões em garantias para novos empréstimos ao longo de quatro anos. A ideia geral das medidas é garantir a aprovação da reforma da Previdência no Senado, bem como dar fôlego aos governos regionais.