Opinião – “Parabéns, Nelson! 102 anos!” – por Raffiê Dellon*

Mário Flávio - 02.06.2020 às 06:18h

Em tempos de Crise como faz falta um Nelson Barbalho entre nós. Certamente pensando, questionando, propondo. Um visionário, um homem à frente do seu tempo. Se vivo fosse estaria completando hoje, 2 de Junho, 102 anos. Nada em Nelson é por acaso, muito menos ter nascido nesse mês abençoado que é o mês junino, fonte rica da nossa Cultura. Tudo, ou quase tudo que sabemos sobre a história de Caruaru devemos a esse cara. Há 27 anos nos deixou. Era Jornalista, Historiador, Lexicógrafo, Pesquisador, Compositor e Autodidata. “Cidade dos avelozes esmeraldinos”, “Continente de Caruaru”, tudo obra dele.

Uns achavam que era comunista, e os comunistas achavam que ele era reacionário, que achavam que ele era religioso, que por sua vez achavam que ele era ateu. Mal sabiam todos que Nelson tratava-se de um dos maiores nacionalistas em prol da Petrobras que este solo já tinha visto nascer. Ao todo, entre publicados e inéditos, escreveu 110 livros, mais da metade só sobre Caruaru. Músicas? Algo em torno de 180. De composições como “Caruaru, Capital do Agreste” até “A morte do Vaqueiro”, Nelson também emprestou sua capacidade as vozes de Onildo Almeida e Luiz Gonzaga.

Se tem algo que não podemos negar é a nossa história e muito menos quem a soube defender e contar da melhor forma. Homenagear a data de nascimento de Nelson Barbalho de Siqueira é homenagear e render graças a todo seu trabalho, incansável, em prol de Caruaru. Onde recentemente a empresa “Padaria Pães e Delícias” fez uma belíssima homenagem com a estátua em sua referência na Avenida Rio Branco. Diariamente ele está ali, entre nós, no ir e vir do cotidiano de todos os caruaruenses e expressando um sorriso belíssimo, mesmo diante de tanta adversidade que nosso povo tem passado. Nelson também foi o autor da “alcunha”: “País de Caruaru”, um homem que verdadeiramente viveu para contar a história do seu povo.

Nelson, que também sabiamente dizia em vida: “No dia da minha morte é que começo a viver”. Um Imortal realmente não tem fim, que não só a sua memória, mas os seus ensinamentos, a sua dedicação por um povo, o seu desejo de pensar a Cidade, de discutir seu passado e seu futuro, junto com uma paixão imensurável por uma circunscrição geográfica, que é Caruaru, sejam nossas fontes de inspiração e zelo para cuidarmos dessa Metrópole de 163 anos, que é de Nelson, de Álvaro, dos Condés, de Vitalino, de Onildo, de Austregésilo, de Azulão, de Alfredo Pinto, de Sinhazinha, de José Rodrigues, de Vigarinho, de José Carlos Florêncio, do Major Sinval, de Luísa Maciel, que é minha e é sua mais ainda! Viva Nelson Barbalho! #NelsonBarbalhoImortal #102Anos

*Raffiê Dellon é Administrador.