Pela primeira vez, maior parcela do eleitorado pernambucano tem ensino médio completo 

Jorge Brandão - 28.07.2022 às 12:55h
Foto: Reprodução/Internet

Pela primeira vez nas eleições estaduais, o eleitorado pernambucano terá sua maior parcela formada por pessoas com nível médio completo. É o que revelam os dados da Justiça Eleitoral do perfil do eleitorado do estado quanto à escolaridade. 

O grupo de pessoas que se autodeclararam ter ensino médio completo representa 25,5% dos 7.018.098 eleitores aptos a votar nas eleições de 2022, equivalente a 1.789.346 votantes. 

Esse grupo supera ligeiramente o segundo mais representativo do eleitorado, o dos que têm ensino fundamental incompleto, com 24,1% (1.691.013). Somados, eles são praticamente metade dos votantes.

Ao efetuar o cadastro dos eleitores, a Justiça Eleitoral divide o eleitorado em oito categorias de escolaridade, de acordo com a autodeclaração: analfabetos; os que sabem apenas ler e escrever; ensino fundamental incompleto; ensino fundamental completo; ensino médio incompleto; ensino médio completo; ensino superior incompleto, e; ensino superior completo.

Das eleições de 2012 até a mais recente, em 2020, a maior parcela do eleitorado pernambucano sempre foi formada pelos que têm o nível fundamental incompleto, chegando a 31,55% dos eleitores há dez anos. Passada uma década e seis eleições, essa parcela manteve-se expressiva, porém, gradativamente, vem perdendo peso relativo a cada pleito: foi de 28,89% em 2014; 27,38% em 2016; 26,01% em 2018; 24,91% em 2020 até chegar aos atuais 24,1%.

A parcela dos eleitores com ensino médio completo é que teve um vertiginoso aumento entre 2012 e 2022. Há dez anos, este grupo consistia em 10,85% dos eleitores, sendo, à época, apenas o quarto segmento mais representativo, atrás dos que tinham nível fundamental incompleto (31,55%), dos que sabiam apenas ler e escrever (20,31%) e o dos com ensino médio incompleto (17,08%).

Com base nos dados de 2022, o crescimento deste grupo na participação total do eleitorado foi de duas vezes e meia. 

*OUTRA METADE*

Para as Eleições 2022, os que declararam ter ensino médio incompleto são o 3º maior segmento no geral, com 15,57% dos eleitores (1.092.652), seguido pelos que declararam apenas saber ler e escrever (10,91% – 765.469 eleitores).

Apenas na 5ª posição aparecem os eleitores com nível superior completo, com participação de 7,96% do eleitorado (558.882), seguido de perto pelo grupo dos analfabetos, com 6,67% (467.774). O grupo dos que possuem ensino fundamental completo (4,78% – 335.220) e nível superior incompleto (4,52% – 316.897) fecham o perfil dos eleitores.

*SUPERIOR x ANALFABETOS e LÊ E ESCREVE*

Ao comparar dois grupos opostos do eleitorado no quesito escolaridade, os que têm nível superior com os que apenas sabem ler e escrever e os analfabetos, verifica-se uma mudança expressiva no perfil do eleitorado ao longo dos últimos dez anos. 

A participação de eleitores com nível superior completo praticamente triplicou em termos percentuais: em 2012, representava 2,83%, passando a 7,96% este ano. Apesar do crescimento, o segmento ainda é menor que o grupo dos que se declararam saber apenas ler e escrever, que são 10,91%.

Por outro lado, os grupos dos analfabetos e dos que apenas sabem ler e escrever têm sido reduzidos no eleitorado a cada eleição. Em 2012, os que leem e escrevem eram o segundo maior segmento do eleitorado, com 20,31% – hoje são o quarto, com 10,91%. Os analfabetos, que eram 10,11% em 2012, o quinto maior grupo à época, hoje são 6,67%, o sexto maior.