Não. Os analistas políticos não consideraram que Zé Queiroz (PDT) tenha feito uma ameaça a Miriam Lacerda (DEM) durante o debate realizado pela TV Jornal Caruaru nesta terça (25), como alguns militantes da candidata começaram a repercutir principalmente nas redes sociais, no entanto consultados pelo blog, o analista Arnaldo Dantas e a cientista política Ana Maria Barros opinaram que o comentário do prefeito e candidato à reeleição sobre a Lei Maria da Penha, em uma das respostas à candidata, foi mal colocado e acabou servindo de munição para a militância de oposição utilizar isso como ataques ao discurso de Queiroz.
No contexto
Queiroz e Miriam trocam acusações sobre o Meio Ambiente
Durante uma tréplica a Miriam, quando levantadas questões sobre o Meio Ambiente, Queiroz disse que não iria mais além na resposta porque respeitava a candidata, assim como respeitava a Lei Maria da Penha. Para Arnaldo Dantas, o problema foi a forma como a frase foi construída, ao utilizar o símbolo que representa essa lei durante uma troca de farpas com a candidata. “Quando o prefeito colocou que não responderia à altura a pergunta de Miriam, porque a respeitava e respeitava a Lei Maria da Penha, isso foi muito mal colocado. Queiroz e sua coordenação devem pensar como dar uma resposta pública a Miriam e a todas as mulheres por utilizar mal o símbolo que essa lei representa. Esse é um ato infeliz, e gafes desse tipo podem inclusive prejudicar uma campanha, ao dar margem para a utilização desses deslizes como estratégia para a oposição”, comentou.
Já Ana Maria Barros pesou que a referência a essa Lei soou como desrespeito e mostrou-se como o exemplo de um nível de debate permeado por trocas de farpas, pelo qual os três candidatos estariam se deixando levar nestas eleições. “Independente de qual seja o partido, a ideologia, a luta contra a vilência de gênero deve estar acima de partidos e candidatos. Em qualquer país civilizado, ou onde existisse um eleitorado crítico, uma afronta a uma mulher seria uma afronta a liberdade de pensar, se contradizer, sem que para isso fosse necessário existir uma lei Maria da Penha. Que pena que caminhamos para um pleito cada vez de maior mau gosto. Atuo na área de direitos Humanos e não posso me posicionar em favor de qualquer forma de violação de direito, e prá mim isto é um imperativo categórico. O que me incomoda, parafraseando Luther King é o silêncio dos bons”, completou a cientista.