Cid vai dizer que vendeu joias a mando de Bolsonaro, garante advogado

Mário Flávio - 18.08.2023 às 07:05h

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, irá afirmar que vendeu nos Estados Unidos as joias recebidas pelo ex-presidente e repassou a ele os valores obtidos com a negociação em dinheiro. As informações são do Poder360.

A informação é do advogado de Cid, Cezar Bitencourt. Ele falou à revista Veja.

Segundo Bitencourt, Cid dirá à Justiça que toda a movimentação em torno das joias e presentes de delegações estrangeiras foi feita sob ordens de Bolsonaro. Ele afirmará também, de acordo com o advogado, que o ex-mandatário sabia das irregularidades das transações.

A Polícia Federal investiga a venda de 2 relógios de luxo, um da marca Rolex e outro da marca Patek Philippe. As duas peças teriam sido vendidas em uma loja no Estado norte-americano da Pensilvânia por US$ 68.000.

Um dos relógios, o da marca Rolex, foi readquirido nos EUA por Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaros. Ele disse ter comprado a peça para “cumprir decisão do TCU” e negou que tivesse agido a pedido de Cid ou do ex-presidente.

Wassef foi alvo de operação da PF na noite de 4ª feira (16.ago).

A reportagem da Veja também diz que:

partiu de Cid a ideia de usar uma conta bancária em nome de seu pai, Mauro Lourena Cid, para receber os pagamentos pela venda das peças nos EUA;
Mauro Lourena Cid resistiu à ideia no início, mas concordou em emprestar a conta para evitar que o filho viajasse ao Brasil com o dinheiro em espécie;
os 2 falaram sobre aproveitar a ida de Bolsonaro a Miami em dezembro de 2022 para entregar parte do valor da venda dos presentes.
Cezar Bitencourt ingressou na defesa de Cid depois que o advogado Bernardo Fenelon deixou o caso. Ele alegou “questões íntimas”. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso desde maio de 2023.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu fardado para seu depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos do 8 de Janeiro. Ele foi ouvido no colegiado tanto na condição de testemunha quanto na de investigado. Por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Sérgio Lima/Poder360 11.jul.2023