Menos de uma semana após ter o Festival de Jericos cancelado, a Compesa informou que a cidade de Panelas saiu do colapso no abastecimento de água. A seca foi o fator alegado pelo prefeito Sérgio Miranda para cancelar o evento após 40 anos ininterruptos de uma das festas mais tradicionais de Pernambuco.
De acordo com a Compesa, após as chuvas registradas nos últimos dias na região, a Barragem de São Sebastião, que abastece a cidade, voltou a acumular água, atingindo 35% da sua capacidade. Com isso, à Compesa voltou a operar o sistema de abastecimento e, a partir desse sábado (4), será retomada, gradativamente, a distribuição de água. Atualmente, a cidade estava sendo atendida exclusivamente por meio de carros-pipa em virtude da estiagem prolongada.
A estatal foi apontada pelo prefeito do município como uma das responsáveis pelo cancelamento da festa, já que a obra da adutora da barragem do Patameiro está atrasada. Segundo a Companhia de Saneamento, a estatal continuará se esforçando para trazer água da Barragem, localizada no próprio município, para reforçar o sistema da cidade e ter mais condições de enfrentar a escassez de água. “Apesar de termos alcançado o nível de 35%, ainda não é uma situação confortável. Precisamos ampliar a reservação de água para esperar o próximo inverno com uma distribuição de água regular”, afirma o diretor regional do Agreste e Mata, Leonardo Selva.
Esta obra está orçada em R$ 800 mil e prevê a construção de uma adutora de 5 km. As tubulações já chegaram à cidade e a previsão é concluir a adutora em 90 dias a partir da autorização do dono da propriedade, que cederá o uso de 20 litros de água por segundo para ajudar a cidade de Panelas.
Para voltar a fornecer água nas torneiras para a população, foi realizada uma programação para que toda a cidade seja atendida. O município, segundo Leonardo Selva, foi dividido em cinco setores, sendo um rodízio de três dias com água para nove dias sem já a partir deste sábado (4). “Este rodízio servirá para avaliar o comportamento do nível da água acumulada na barragem e a saturação da rede de distribuição. Após este primeiro giro de abastecimento dos setores e a continuidade das chuvas, diminuiremos gradativamente o rodízio já durante o mês de junho”, explica Selva.