
Do Uol
Uma reportagem publicada em março pelo jornal americano mostrou que o ex-presidente passou dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal. Ele teria chegado ao local na noite de 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, acompanhado de dois seguranças.
Não há elementos concretos que indiquem – efetivamente – que o investigado [Bolsonaro] pretendia a obtenção de asilo diplomático para evadir-se do país e, consequentemente, prejudicar a investigação criminal em andamento, conforme bem salientado pela PGR. (…) A situação fática permanece inalterada, não havendo necessidade de alteração nas medidas cautelares já determinadas.
Trecho de decisão de Alexandre de Moraes, ministro do STF
Versão de Bolsonaro
Advogado falou em “contatos com autoridades de país amigo”. Em posicionamento divulgado em março, logo após as revelações do NYT, a defesa disse que o ex-presidente foi convidado para ir à Embaixada da Hungria e classificou outras interpretações sobre o caso como “fake news”. A nota foi assinada pelo advogado Paulo Cunha Bueno.
Bolsonaro conversou com autoridades da Hungria, segundo a defesa. O assunto tratado nestes contatos seria a “atualização do cenário político” dos dois países. A nota lembra ainda que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e Bolsonaro têm um bom relacionamento e que ambos se encontraram na posse de Javier Milei, presidente da Argentina.
Ex-presidente entregou o passaporte à PF em 8 de fevereiro. Na ocasião, Orbán publicou uma mensagem de apoio a Bolsonaro no X (antigo Twitter): “Um verdadeiro patriota. Continue lutando, presidente”. A medida foi tomada no âmbito da operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.