O Lulismo é obviamente autoritário. Isso fica expresso em trecho de um artigo da carta capital de Marcos Coimbra, totalmente elogioso à prática de votar em Lula de forma indiscriminada. Lula se tornou um representante do que é ser “justo” no Brasil em termos políticos, o que é bastante irônico pelas suas praticas mensalônicas. Ele faz parte daquele grupo de políticos cujos quais a população mais humilde e ignorante diz “rouba, mas faz!”.
Diz o sociólogo da Vox Populi, Marcos Coimbra: “Os lulistas tornaram-se, cada vez que votavam de novo em Lula, mais lulistas, mais comprometidos com suas escolhas passadas e mais predispostos a, mesmo na adversidade, permanecer lulistas.” Uma afirmação desse gênero somente demonstra o caminho que o Brasil tomou com Lula: corrupção e máfia como natural nas estruturas institucionais. O voto deixou de ser uma questão conjuntural e um meio de melhorias para se tornar uma questão de estrutura: “deixemos com Lula pois ele é do povo”.
Voto em Lula porque ele representa, em tese, a classe operária, dizem os esquerdistas. Já os mais pobres, muito convenientemente desde os tempos do cabresto, dizem que votam nele pelo simples fato de que ele concedeu vários benefícios sociais. Sempre o domínio e a servidão como fundamento das escolhas politicas da população. A ação do Lulismo nunca objetivou “emancipar” os mais pobres, como dizem os esquerdistas. Ele apenas reafirmou e jogou uma cortina de fumaça sobre a miséria e a pobreza da população brasileira, além de com isso ter votos aos montes. Francisco de Oliveira, sociólogo de esquerda, diz que Lula funcionalizou a pobreza para manter a exploração da mão de obra mais pobre brasileira. O que Lula fez foi abrir as portas do Brasil para a globalização chinesa e permitir circular um pequeno montante de mercadorias no comércio de forma acessível: só isso e isso acabou agora!
É possível um retorno de Lula em 2018?
É obvio que sim! Em primeiro lugar a crise politica brasileira provavelmente não passará nem tão cedo (se é que já passou um dia), basta olhar para os personagens que estão neste novo governo: maioria corrupta. A questão é que não há nenhum homem sério que seja capaz de realmente romper com estas oligarquias – o que Lula definitivamente não fez como estadista – e estabelecer uma política nacional sem privilégios pra ninguém senão para a consecução do Estado brasileiro.
O projeto de Lula é totalmente pragmático. Em seu inicio surgiu com o discurso de conciliação na “carta aos brasileiros” de 2002 e ganhou; hoje retornam aos princípios “marxianos”, quase marcianos, de que a sociedade brasileira está dividida e dividem realmente com as suas manifestações fajutas.
A sociedade sempre esteve dividida em suas injustiças endêmicas, e se brincar aquele que mais a dividiu em privilegiados e pagadores de impostos foi o próprio Lula. Com o pragmatismo do “rouba mas faz” espero que a decepção Lulo-petista não seja algo só do presente, pela pouca memória do povo, mas que se efetive em novas condições politicas para o Brasil a partir de 2018, porque não se admite mais na história deste país a continuidade de uma corrupção generalizada e institucional que somente aflinge aqueles que realmente trabalham e sustentam parasitas.
*Tiê Félix é professor