Artigo – Como o Brasil melhorou no ranking mundial do meio ambiente para empreender? – por Pedro Neves*

Mário Flávio - 03.11.2018 às 13:55h

Nos últimos anos a expressão “empreender no Brasil não é fácil” nunca foi tão utilizada. Pode-se identificar alguns fatores básicos e críticos que nos levam a essa condição: i) capital financeiro insuficiente e um mercado de crédito que convive, ainda, com elevadas taxas de juros; ii) custo Brasil, termo que economistas utilizam para definir a complexidade do nosso sistema econômico, que eleva os custos nas empresas; iii) estrutura econômica pouco desenvolvida, o que inclui ambiente pouco competitivo, renda per capita baixa, níveis de produtividade baixos, entre outros; iv) uma burocracia exagerada e que torna o fluxo da inovação e o desenvolvimento de novos negócios extremamente difícil.

As causas desses problemas são muitas e não cabem aqui. Contudo, um sinal de alerta foi ligado nos últimos anos, e de forma gradual passamos a discutir uma agenda que possa mitigar tantos problemas.

Para tanto passou-se a contar com um importante relatório do Banco Mundial. O Doing Business (relatório 2019 completo) publica indicadores quantitativos sobre as regulações das atividades comerciais e sobre a proteção dos direitos de propriedade, que podem ser comparados através de 190 economias, bem como através dos anos.

Em três anos o Brasil conseguiu avançar e subir no ranking, da 139ª para a 106ª colocação. A classificação que mede basicamente a facilidade de fazer negócios conta com algumas variáveis analisadas: abertura de empresas, alvarás de construção, obtenção de eletricidade, registro de propriedade, facilidade de crédito, proteção de investidores, pagamento de impostos, comércio internacional e execução de contratos.

Uma das ações que colaboraram para esse resultado foi a Rede Nacional para Simplificação do Registro e Legalização de Empresas e Negócios, a Redesim. Essa iniciativa permitiu, por exemplo, a redução do tempo médio de abertura de uma empresa, que passou de 101 para menos de sete dias na cidade de São Paulo. Somado a isso, a implantação de medidas de facilitação de comércio, com destaque para o Portal Único de Comércio Exterior.

A elevação foi tímida mas expõe como uma agenda de reformas pode transformar o Brasil. O mundo avançou, a economia ainda mais dinâmica, e o Brasil precisa abortar diversos preconceitos e atingir um patamar de nação desenvolvida. Para tanto devemos contar com a energia empreendedora e com um ambiente livre de amarras à competitividade.