Artigo – Educação é oportunidade – por Tiê Félix*

Mário Flávio - 10.08.2015 às 08:03h

Falta oportunidade no Brasil. Estudar é artigo de luxo, poucos têm acesso a uma oportunidade digna de uma educação de qualidade. Poucos são os ambientes cujos quais realmente vale a pena estudar; a maioria das escolas e faculdades realmente não fornecem o mínimo necessário a uma boa formação, seja na estrutura ou no ensino. As instituições de ensino são mais valorizadas pelo nome do que propriamente pelo serviço que prestam. Nem menciono aqui as escolas publicas pela sua evidente falta de qualidade por um lado e por outro pelo sistema abrangente de contratos – que não mede a qualidade de nenhum professor e somente é joguete de politicagem e oportunismo –, assim como pelo ambiente mais inadequado ainda: a escola publica virou um antro de bobagem e malandragem e de pedagogos incompetentes demasiadamente idealistas freireanos. Paulo Freire se revolve na sepultura!

Digo isso naturalmente em função daquilo que é evidente e não passa por nenhum pendor politico de minha parte. Educação é oportunidade, desde que seja dada. Uma criança que adentra numa escola no Brasil muito raramente sairá tendo um domínio médio de matemática. As ciências humanas passaram a ser um espaço de incapacidade dos professores: divagam sobre politica muito mais demonstrando seu pendor do que os questionamentos. Não se enganem muitos estão ensinando um petismo travestido de justiça social, cegando os alunos para a situação atual. Tem professor que brigaria fortemente com um aluno se ele questionar uma figura revolucionária como José Dirceu. Por isso eu digo: em terra de cego…

Como a maioria dos professores desconhece realmente o que estudou somente leem e traduzem o que o livro quer dizer quando sabem. A leitura é natural na escola, mas não é o único recurso que um professor deve ter. Vale lembrar que nem ler é possível na maioria dos centros de educação devida a grande indisciplina. É mais fácil ouvir uma musica funk do que uma poesia. Que professor de português realmente se dedica a leitura de poesia senão for em função da escola?

Quero lembrar que tem muitas escolas que não fazem questão nenhuma por aquilo que realmente o professor sabe, quantos livros lê ou quanta cultura possui. O que está em jogo é o QI – não o coeficiente medíocre inventado pelos saxões – , mas o QI brasileiro, Quem Indica.

Quando isso vai acabar? Nem tão cedo já que assim é feito o Brasil, assim é a alma do brasileiro.

*Tiê Félix é professor