Artigo – Esqueceram de combinar com o povo – por Divanilson Galindo*

Mário Flávio - 11.09.2015 às 07:19h

Mal os políticos da tradicional ala de Caruaru saíram da derrota acachapante das forças progressistas nas eleições presidenciais em 2014, iniciaram a romaria para tentar inventar um novo formato e não serem pegos de saia curta e derrotados pelo povo mais uma vez em Caruaru, nas eleições em 2016.

A Política de Caruaru estava, até 2014, bem definida entre três grupos que, de maneira disciplinada, se revezavam entre parentes ou bobos da corte real no poder. Quando não é o pai, coloca o filho; quando não é o filho, coloca a mulher; quando não der a mulher, coloca o irmão, o primo e assim segue a genealogia hereditária pelo Poder. Às vezes quem não é do sangue, sendo, por exemplo, um compadre, também acaba se tornando um indivíduo colaborador com a construção da dinâmica hereditária do Poder pelo Poder.

Em 2014, na eleição presidencial, esquecem ou se fazem de esquecidos, aliás, despercebidos que a mente do eleitor caruaruense deu as costas às orientações dos “líderes tradicionais da Política do País de Caruaru”, que ficaram de braços dados no mesmo palanque. Esse palanque de lideranças respeitadas de história e capacidade política em realizar engenharias (algumas já envelhecidas nas ideias) foram derrotados por forças progressistas emanadas do povo, que procuram um novo modelo para Caruaru e não mais revezamentos familiares.

Cabe uma breve reflexão sobre aquele primeiro turno de 2014 em Caruaru – algumas coisas não deram certo: Eduardo Campos Morreu! O candidato Armando totalmente estraçalhado. O deputado estadual Tony Gel ressurge das cinzas e é eleito o mais votado em Caruaru; a deputada estadual Laura Gomes, aliada em primeira instância do PSB, é derrotada e Raquel Lyra obtêm menos votos que Tony Gel, quando o seu pai era o então Governador!

O primeiro e o segundo turno têm cenários bem importantes a se refletir, uma coisa está certa: o povo não seguiu a orientação daqueles que se diziam comandar a Política de Caruaru. “A demonstração clara que a mente do eleitor caruaruense já está dando as costas a um processo envelhecido, sempre de maneira precoce e sem projeto, parece que não dará mais o ‘se colar, colou’”.

Antes mesmo que os patriarcas hereditários lancem seu novo formato da engenharia do Poder pelo Poder, é necessário apresentar um Plano de Governo construído com o Povo e as bases sociais poucas vezes consultadas outrora, em eleições passadas. Não existe mais candidatura por si mesmo ou pela herança familiar, torna-se necessária uma construção baseada em ouvir as pessoas e envolvê-las na construção social e econômica de sua Cidade de maneira Democrática.

Não será mais aceito que as grandes famílias tradicionais lancem nomes, sem que apresentem um Projeto de Governo ou um Plano de Governo para a nossa cidade. Que não somente se escute as pessoas, mas que se tenha a capacidade de incluí-las na execução do Plano de Governo e Programas, para que não atribuam ao Povo a culpa pela incompetência de suas más gestões no Presente ou no Futuro, pois Caruaru não é mais da Fazenda à Capital, e sim uma cidade referência para o Brasil. Para que se mantenha neste patamar, é necessário que se alcance eficiência muitos setores principalmente no setor público.

*Divanilson Galindo é secretário de Formação Política do PT de Caruaru