A euforia eleitoral chegou ao mercado financeiro com entusiasmo e consequente queda do dólar frente ao real durante a corrida eleitoral. Assim a previsão era de maior baixa após vitória do candidato do PSL. Mas nem toda previsão é precisa. Há dois dias da eleição de segundo turno publiquei artigo aqui, em que estimava uma provável queda do dólar.
Não foi!
O dólar manteve-se em tendência de alta em todo esse período pós eleição. Chegou a ficar acima de R$ 3,70 nesta terça-feira(06/11), fechou em alta de 0,74%, cotado em R$ 3,7254. O fato expõe que a economia brasileira é muito frágil frente a conturbações internacionais. É possível observar este argumento quando se analisa a valorização do dólar não apenas em relação ao dólar.
A alta do dólar tem ligação direta com questões econômicas e políticas no EUA. Subiu a perspectiva de aumento da taxa de juros internacional, após divulgação do forte desempenho do mercado de trabalho no EUA. Soma-se também questões políticas importantes, a eleição do congresso americano em que deu vitória aos Democratas.
Assim, a perspectiva de baixa na taxa do dólar cai consideravelmente. A previsão anterior era baseada exclusivamente em um cenário da economia internacional em normalidade – confesso a ingenuidade. Porém essa nova perspectiva não muda o fato de que o Brasil precisa manter com urgência a agenda econômica de reformas importantes. Mais um fato pode favorecer uma melhora neste sentido, que seria autonomia do Banco Central, que ao que tudo indica, será encaminhada e discutida até o fim do ano no congresso nacional.