Diferente do primeiro, este segundo turno da corrida eleitoral deve-se manter dentro de certa normalidade entre o que as pesquisas de intenção indicam e os resultados nas urnas. Como afirmei, no primeiro turno, diferença entre pesquisas e as urnas tenderiam a existir devido aos processos metodológicos e outros fatores, número maior de candidatos, por exemplo.
Contudo, o cenário neste segundo turno percorreu o caminho na polarização ideológica e fixou o teto de crescimento dos candidatos, amparado na rejeição que ambos possuem. Como é possível ver no gráfico acima, ambos se mantiveram em percentuais praticamente inalterados durante todo segundo turno. Jair Bolsonaro (PSL), manteve-se a frente com ampla vantagem, com um leve declínio, mas não significativo ao ponto de sugerir uma inflexão.
Tomando como parâmetro as últimas eleições, e mais uma vez usando como referência alguns estudos acadêmicos, que se verifica no cenário de segundo turno é a menor distorção das pesquisas e dos resultados na contagem de votos. As chances de uma pesquisa de segundo turno acertar dentro da margem de erro são de cerca de 77%, e do candidato ficar dentro da margem de erro é de 79%, de chances. As chances de um candidato na disputa de segundo turno ter uma votação acima da margem e erro estimados nas pesquisas é de 1,3%, em uma amostra de 77 pesquisas analisadas.
A partir dessas premissas de menor distorção e de um cenário atual com poucos fatos que promovam inflexão nas tendências, é provável que o resultado fique dentro da média das principais pesquisas com mudanças dentro de um teto de até 3%. Um segundo cenário seria de crescimento além deste teto, para o Jair Bolsonaro (PSL), dado o crescimento do candidato em praticamente todas as regiões do país. Com expressiva ascensão de 6% na região nordeste. Portanto, o encerramento eleitoral deve seguir com poucas possibilidades de grande distorção e inversão de posição entre os candidatos.
*Pedro Neves é economista