Uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Caruaru discutirá a necessidade ou não do porte de armas para a Guarda Municipal. A proposta, de autoria do vereador Gilberto de Dora (PSB), e cuja data ainda será definida, foi aprovada na reunião dessa terça (11), que contou com alguns guardas presentes na galeria do Legislativo. Segundo Gilberto, é preciso avaliar, junto a entidades de segurança e sociedade civil se isso refletiria um reforço adequado para a segurança local.
“É importante deixar claro, que eu não estou sendo contra nem a favor do porte de armar para a guarda municipal. Como representante do povo, estou apenas fazendo minha obrigação que é ouvir a população e saber se ela concorda com a ideia. Muitas cidades do país já contam com a guarda armada, a exemplo de João Pessoa, na Paraíba, e Baruerí, em São Paulo. Mas antes de entregar os equipamentos aos agentes, é necessário que eles passem por treinamentos e testes rigorosos”, explicou Gilberto. O requerimento foi feito com base na legislação vigente no Brasil. De acordo com o artigo 6º, capítulo III da Lei Federal 10.826 de 22 de Dezembro de 2003, pode ser concedido o porte de arma “aos integrantes das Guardas Municipais dos municípios com mais de 50 mil e menos de 500 mil habitantes, quando em serviço”.
Esse treinamento, segundo o guarda Marcio Bezerra – veja vídeo acima – é de competência da Polícia Federal. “A Guarda hoje vem fazendo um brilhante trabalho, em três anos registramos 233 boletins de ocorrência. Em relação a armamento ainda não estamos preparados, mas com a preparação adequada isso nos auxiliaria mais para a segurança de Caruaru. Esse procedimento ficaria a cargo da Polícia Federal”, explicou.
Já o guarda municipal Souza elogiou a proposta e disse que há consenso entre os guardas sobre a necessidade de porte de armas.”Essa iniciativa do vereador é louvável por colocar em discussão algo que outras cidades já fazem há muito tempo. O porte de armas para a Guarda faz com que o servidor possa trazer mais proteção para o munícipes. Um município com mais de 315 mil habitantes demanda mais proteção. Existe um consenso entre os guardas de que trazer mais equipamentos para o trabalho dos guardas para atender adequadamente a população. A Guarda Municipal pode atuar em consonância com a Polícia Militar para diminuir índices de violência na cidade nesse sentido, desde que com uma capacitação acentuada”, argumentou.
No entanto, outro consenso entre o efetivo municipal é de que ainda há poucos guardas que atuam na cidade, em um contexto de cerca de 50 servidores no município, os quais esperam, por sua vez, a realização de novo concurso para mais guardas.