Da Band
O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, explicou a importância de se investigar suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos extremistas em Brasília, no dia 8 de janeiro. O chefe do Ministério Público Federal (MPF) também informou que, nesta segunda-feira (16), o órgão oficializará pelo 40 ações penais (denúncias) à Justiça.
“Considerando que o movimento, pelo menos naquilo que é divulgado pela imprensa, é um movimento em favor de Bolsonaro. Levando-se em conta que, em tese, seria ele o beneficiário por essas condutas que foram praticadas, ainda que, porventura, tenham sido à revelia de sua vontade, é importante investigar para saber se há participação ou não de sua excelência ex-presidente no evento tão desastroso para a nossa democracia”, analisou o PGR.
Aras deu entrevista, nesta segunda-feira (16), à Rádio Bandeirantes, ocasião em que condenou os crimes e afirmou que, até agora, o MPF já apresentou 40 ações penais à Justiça contra os extremistas.
“Já estamos aqui, hoje, inclusive, apresentando 40 denúncias, ou seja, 40 ações penais daqueles que foram presos, 32 no interior do Senado e 8 restantes que nós coletamos materiais informativos fora do Senado”, salientou o PGR.
No que diz respeito Bolsonaro, o que ainda existe é um inquérito que investiga “distintas atividades, desde aquelas que vão para a incitação para atos que possam abolir, violentamente, o Estado democrático de direito até aquelas que possam envolver um golpe de Estado”, avaliou Aras.
Sobre acusações de opositores ao atual ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), Aras também pontuou que não recebeu demanda formal. Em entrevistas e pelas redes sociais, o senador Marcos do Val (Podemos) diz que o gestor nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não agiu como deveria após avisos da inteligência do governo sobre as invasões.
“Não temos conhecimento formal, ainda, da representação do senador Marcos do Val contra o ministro da Justiça. Tão logo essa representação com os elementos probatórios de que sua excelência recebeu, foi avisado, tempestivamente, da possível ocorrência dos distúrbios que causaram a destruição e invasão das sedes dos poderes e mesmo em toda a Esplanada, nós avaliaremos a ocorrência ou não de crimes cometidos, eventualmente, por sua excelência”, disse Aras.