BC reduz Selic em 0,25% e taxa de juros fica em 10,50%

Mário Flávio - 08.05.2024 às 21:30h
Dinheiro, Real Moeda brasileira

O Banco Central (BC) decidiu puxar o freio e reduzir o ritmo de corte de juros nesta quarta-feira, por 5 votos a 4.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Taxa Selic — os juros básicos da economia — em 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,50% ao ano. O novo nível da Selic é o mais baixo desde dezembro de 2021 (9,25%).

A opção pelo corte de 0,25 ponto percentual ocorre após seis reduções consecutivas de 0,50 pp desde o início do ciclo alívio da Selic, em agosto do ano passado.

Além de pisar no freio, o comitê também não deu nenhuma indicação sobre o futuro da taxa básica de juros. Essa é a primeira vez desde agosto, quando começou o ciclo de queda, que o BC não sinaliza o que pretende fazer na reunião seguinte.

No comunicado da decisão, o Copom citou que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela.

Apesar de contrariar a indicação dada pelo Copom na reunião anterior, em março, de mais uma queda da Selic de 0,50 ponto porcentual, a redução mais modesta já era esperada pela maior parte do mercado financeiro desde meados de abril.

As projeções oficiais de inflação do Banco Central subiram desde março. Para este ano, houve um salto de 3,5% para 3,8%, enquanto, para 2025, o aumento foi de 3,2% para 3,3%. Em relação à atividade econômica, o Copom avaliou que os dados estão mais dinâmicos do que o esperado, o que, na prática, pode gerar mais pressão inflacionária. No exterior, o BC considerou que o cenário está mais adverso em função da incerteza com a política monetária nos Estados Unidos e com a velocidade da queda da inflação no mundo.

“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.”