
A nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, criticou nesta segunda-feira a militância política digital que promove mentiras e contamina o processo eleitoral. Ao assumir a presidência do Corte, a magistrada falou sobre os desafios do pleito deste ano. No discurso, Cármen criticou o ecossistema das plataformas, a “mentira digital” e o “algoritmo do ódio”.
“O que distingue esse momento da História de todos os outros é o ódio e a violência, agora utilizados como instrumentos por antidemocratas para garrotear as liberdades, contaminar escolhas e aproveitar-se do medo, como vírus a adoecer, pela desconfiança, as relações de cidadãs e cidadãos. O dono do vírus produz o próprio ganho político, financeiro e social e agora quer também o eleitoral”, discursou a nova presidente do TSE.
De acordo com Cármen Lúcia, a “liberdade de informação séria e responsável” é um “remédio” contra a desinformação. “O algoritmo do ódio, invisível e presente, senta-se a mesa de todos. É preciso ter em mente que ódio e violência não são gratuitos. Instigados por mentiras e vilanias, reproduzem-se e esses ódios parecem intransponíveis. Não são. Contra o vírus da mentira, há o remédio eficaz da liberdade de informação séria e responsável.”
“A mentira continuará a ser duramente combatida, o ilícito será investigado e, se provado, será punido na forma da legislação regente. O medo não tem assento em alguma casa de Justiça.” Cármen acrescentou ainda que a mentira é um “insulto à dignidade do ser humano” e um dos desafios contemporâneos do Judiciário.
Como já havia feito na semana passada, na sessão de despedida de Alexandre de Moraes, Cármen elogiou a atuação no ministro nas eleições de 2022. “A atuação deste grande ministro Alexandre de Moraes foi determinante para a realização de eleições seguras, sérias e transparentes em um momento de grande perturbação, provocada pela ação de antidemocratas que buscaram quebrantar os pilares das conquistas republicanas dos últimos 40 anos.”
Para a nova presidente do TSE, houve uma “empreitada criminosa”, barrada pelo Judiciário: “Não ter tido êxito aquela empreitada criminosa foi tarefa de muitos, especialmente do Supremo Tribunal Federal e deste tribunal Superior Eleitoral, com destaque que ficará para sempre creditado à ação firme e rigorosa do ministro Alexandre de Moraes”.
A cerimônia foi iniciada no início da noite com a presença de integrantes do Poder Judiciário e diversas outras autoridades, entre elas os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Além de Cármen como presidente, o ministro Nunes Marques foi empossado vice-presidente. Também estava presente o procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco.