“Caruaru vive hoje o melhor momento da sua história”, diz Jorge Gomes

Mário Flávio - 15.09.2012 às 09:14h

Reportagem: Wagner Gil

Finalizando a série de entrevistas com os candidatos a vice-prefeito de Caruaru, o Jornal VANGUARDA conversa esta semana com Jorge Gomes, que compõe a chapa de José Queiroz (PDT). Ele fala, entre outros assuntos, sobre a divisão do palanque da Frente Popular, das principais realizações dessa gestão, além da relação da PMC com a Câmara de Vereadores. Eis a entrevista:

Jornal VANGUARDA – Por que o senhor quer ser vice prefeito de Caruaru mais uma vez?
Jorge Gomes – A política para mim é a oportunidade de servir à população, de defender as causas populares. Aprendi isto na luta, ao lado de grandes companheiros como Miguel Arraes, de quem me orgulho muito de ter sido vice-governador. Pela política, temos a chance de garantir um futuro melhor ao povo e promover a justiça social, diminuindo as históricas desigualdades no Brasil. É isto que estamos fazendo aqui em Caruaru, no Brasil, depois que Lula foi eleito e, em Pernambuco, com Eduardo Campos.

JV – O senhor, que já foi vice-prefeito duas vezes, qual a obra que gostaria de ver concluída no próximo mandato?
JG – O grande trabalho de qualquer gestor é melhorar as condições de vida da população. Estamos defendendo a continuidade da gestão do companheiro José Queiroz para prosseguir com este trabalho, promovendo mais geração de empregos, melhorando a qualidade da educação, da saúde e a atenção social. Nestes quase quatro anos, avançamos muito, mas sabemos que ainda há muita coisa para fazer e queremos fazer. Caruaru vive hoje o melhor momento da sua história e temos a oportunidade de crescer ainda mais, com o apoio de Eduardo Campos e da presidenta Dilma Rousseff.

JV – Como o senhor avalia a divisão do palanque da Frente Popular em Caruaru, com as ausências de João Lyra Neto e da deputada licenciada e secretária Raquel Lyra?
JG – João e Raquel são nossos aliados históricos. São duas pessoas que têm militância na Frente Popular, a mesma Frente Popular construída por Arraes há 50 anos. Como temos dito, o que nos aproxima é maior do que aquilo que nos separa. Tenho a certeza que este episódio momentâneo será resolvido, para que possamos seguir caminhando juntos.

JV – Quais as principais realizações que o senhor destacaria nessa gestão?
JG – Foram muitas realizações importantes, como a implantação das creches, o asfalto que hoje está por toda a cidade, as escolas de tempo integral, a melhoria da merenda – que hoje tem leite -, o fardamento gratuito, o crescimento do Ideb, o albergue, os Centros de Assistência Social, o disciplinamento do trânsito. Mas na área de saúde, devemos destacar o que já está sendo feito. Transformamos a Policlínica do Vassoural em UPA, reformamos unidades importantes e, em parceria com o Governo do Estado, está sendo construído em Caruaru um grande hospital de referência, o Mestre Vitalino. Teremos também a UPA Especialidade e a Clínica da Mulher. É uma nova rede que está sendo construída, de maneira séria e eficiente.

JV – Um dos maiores problemas da atual gestão foi o relacionamento com a Câmara de Vereadores. O que o senhor tem a dizer?
JG – Ampliamos a nossa base eleitoral em relação a 2008. Saímos de 13 partidos para 17 e hoje temos uma coligação forte e consistente. Nossa coligação, aliás, é uma das maiores de Pernambuco, com toda a Frente Popular unida, ao contrário do que aconteceu em algumas cidades importantes, como o Recife e Petrolina. Dentro de uma frente tão ampla, podemos ter algumas divergências, que são naturais, mas o mais importante é que os partidos estão ao nosso lado. Temos uma grande chapa proporcional e esperamos fazer maioria na Câmara para que, sendo reeleitos, possamos governar com mais tranquilidade.

JV – Como o senhor analisa a postura de Lícius Cavalcanti e Rogério Meneses que, no último pleito, foram eleitos ao lado de Queiroz e hoje fazem oposição?
JG – Vejamos, Rogério mudou o domicílio eleitoral, mas o partido dele (PT) está integralmente conosco. O PCdoB, nosso histórico aliado, também está no palanque, então não houve um rompimento. As eventuais críticas de Lícius e Rogério não significam que eles estejam na oposição. Significa que há pontos de vistas diferentes, mas o fundamental, quando tratamos do futuro da cidade, é compreender o processo como um todo. Os dois, tenho certeza, sabem que Caruaru não pode dar um passo atrás e seguir na contramão de Pernambuco e do Brasil.

JV – A saúde hoje é apontada como um dos principais calos da atual administração. Como médico, qual a sua avaliação?
JG – A saúde não é uma dificuldade apenas para Caruaru, mas para o Brasil inteiro. Durante os 20 anos da ditadura militar e depois no tempo de Fernando Henrique e do DEM não houve investimento para que novas universidades fossem criadas. Portanto, passamos quase três décadas com a mesma capacidade de formação profissional, no entanto a população aumentou, e muito, neste período. Só com Lula conseguimos ter cursos de medicina pelo Interior. Alguns já começaram a funcionar, mas outros, como o de Caruaru, ainda vão entrar em funcionamento. Isto será fundamental para que a saúde melhore no Interior. Por outro lado, como falei, estamos reestruturando a saúde em Caruaru, com a construção de novos equipamentos e as reformas necessárias em outras unidades. Mas estas dificuldades também vemos na área privada, onde há longas esperas, mesmo com as pessoas pagando planos de saúde caríssimos.