CNI em rota de colisão com o governo Lula

Mário Flávio - 07.06.2024 às 06:32h

A relação entre a gestão do presidente Lula e o setor empresarial do Brasil acaba de atingir um novo ponto de tensão. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou que irá judicializar a Medida Provisória (MP) 1.227 de 2024. Esta medida, que visa a compensação tributária pela desoneração da folha de salários de empresas e de municípios através de mudanças nas regras de créditos tributários do PIS/Cofins, é vista pela CNI como o ponto de ruptura nas relações já frágeis com o governo.

A situação já vinha se deteriorando devido à postura do governo em relação ao agronegócio, um dos principais pilares do crescimento do PIB nacional. A recente importação de arroz, causada, de acordo com o governo pelas chuvas no Rio Grande do Sul, apenas agravou a insatisfação do setor. Agora, com a MP 1.227, a ira do empresariado foi definitivamente atraída, provocando uma reação enérgica da CNI.

Em nota oficial divulgada ontem, a CNI não poupou críticas à gestão petista e deixou claro que está pronta para uma batalha judicial e política para defender os interesses da indústria brasileira. “Chegamos ao nosso limite. Somos um vetor fundamental para o desenvolvimento do País e vamos às últimas consequências jurídicas e políticas para defender a indústria”, afirmou a entidade.

A desoneração da folha de pagamento, que inicialmente deveria aliviar a carga tributária das empresas, acabou se tornando um ponto de discórdia. As mudanças propostas na MP 1.227 sobre os créditos tributários do PIS/Cofins são vistas pelo empresariado como prejudiciais e desvantajosas, resultando em maior complexidade e potencial aumento de custos operacionais.

A reação da CNI representa um momento crítico para o governo Lula, que já enfrenta desafios significativos em sua relação com diversos setores econômicos. A decisão de judicializar a MP 1.227 indica que o empresariado está disposto a confrontar o governo em todas as frentes possíveis para garantir que seus interesses sejam preservados.