Comércio despenca 16,8% em abril com distanciamento social no Brasil, mostra IBGE

Mário Flávio - 16.06.2020 às 16:27h

As vendas no comércio varejista caíram 16,8% em abril, na comparação com o mês anterior, refletindo os efeitos do isolamento social para controle da pandemia da covid-19.

É o pior resultado desde o início da série histórica, em janeiro de 2000, e a segunda queda consecutiva, acumulando uma perda de 18,6% no período. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (16/06) pelo IBGE.

O recuo nas vendas no varejo atingiu, pela terceira vez desde o início da série, todas as oito atividades pesquisadas. A maior queda foi em Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%).

É a primeira vez que a pesquisa traz os resultados de um mês inteiro em que o país está no quadro de isolamento social, já que ele começou a ser adotado na segunda quinzena de março.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17%), setores com atividades consideradas essenciais na pandemia e que tiveram avanço no mês passado, caíram em abril.

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-15,1%) completam o grupo das atividades que tiveram queda em abril.

Já o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que integra também as atividades de veículos, motos, partes e peças (-36,2%) e material de construção (-1,9%), caiu 17,5% nesse mês.

O patamar de vendas chegou ao seu ponto mais baixo, registrando os maiores distanciamentos dos recordes históricos, tanto para o comércio varejista (22,7% abaixo do nível recorde, em outubro de 2014) quanto para o comércio varejista ampliado (34,1% abaixo do recorde, em agosto de 2012).

? Em relação a abril de 2019, vendas no varejo também caem 16,8%

Quando comparado com abril do ano passado, o comércio varejista caiu 16,8%, com o recuo atingindo sete das oito atividades pesquisadas.

As atividades com queda foram Tecidos, vestuário e calçados (-75,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-45,6%), Móveis e eletrodomésticos (-35,8%), Combustíveis e lubrificantes (-25,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-9,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-45,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-65,6%).

Já Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,7%) foi o único setor que mostrou aumento, mas em menor intensidade que em março (11,0%).

Com queda de 27,1% na mesma comparação, o resultado para o comércio varejista ampliado refletiu principalmente o desempenho das atividades de Veículos, motos, partes e peças (-57,9%) e Material de construção (-21,1%), totalizando nove das dez atividades nesse indicador.