Empossada nesse domingo (1ª) governadora e entrando para a história como a primeira mulher eleita para a função em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) não apenas se consolidou como liderança estadual na política, como mandou um claro é duro recado a aliados e opositores da tucana no governo, que começa oficialmente nesta segunda-feira (02).

Raquel não cedeu às pressões para nomear quem veio para o palanque dela no Segundo Turno e montou uma equipe com o perfil majoritariamente técnico. A exceção foi a nomeação do deputado federal Daniel Coelho para comandar o Turismo e Lazer no estado. Raquel fez bem diferente do presidente Lula (PT), por exemplo, que só para PSD, MDB e União Brasil, cedeu três ministérios, todos sem muito critério, a não ser pela política. Em nome da tal governabilidade.

Em Pernambuco, partidos acostumados a ter tentáculos no poder, PP e MDB, terão que se adequar a nova realidade e vão decidir nos próximos dias se ficam ou não na base do governo de Raquel.

No estado, o MDB saiu fragilizado, elegendo apenas Iza Arruda para deputada federal. Já o PP, tem a segunda maior bancada da Assembleia e pode trazer dor de cabeça para a tucana na Assembleia. Isso sem falar no União Brasil, que elegeu 5 deputados estaduais e 4 federais.

O partido de Miguel Coelho na teoria ficará no governo, mas o deputado Romero Albuquerque, já fez cobrança pública a Raquel sobre compromisso com a causa animal. Raquel não deu muito bola para nenhum tipo de pedido e nomeou junto à Priscila Krause os nomes que espera serem os melhores para cada função. Miguel Coelho sequer foi chamado para uma conversa.

Os partidos silenciaram sobre a falta da procura de Raquel para compor o governo e pelo jeito, vão esperar os primeiros meses da gestão tucana para terem uma melhor noção de posicionamento. O certo é que Raquel agiu como no começo da gestão em Caruaru, privilegiou aos técnicos e agora vai pessoalmente tentar a governabilidade juntos a aliados e adversários. Lembrando que ela teve muitas dificuldades nos dois primeiros anos em Caruaru, sofrendo algumas derrotas na Câmara Municipal. No entanto, virou o jogo é praticamente acabou com a oposição em Caruaru. A conferir.

Elogio de Bruno
Bruno Araújo, presidente estadual do PSDB e ex-deputado federal, avaliou as escolhas da governadora eleita para a composição de seu secretariado. “Pernambuco faz uma aposta do que Raquel vem exercendo. Um governo de pessoas preparadas para entregar o que a população precisa. E a composição política vai sendo feita ao longo de toda a construção do governo”, ponderou Araújo.

…Coerência
Bruno Araújo vê coerência nas escolhas de Raquel com o seu discurso durante as eleições. “A governadora anunciou o primeiro escalão que dá a ela o testemunho da população de que o que ela disse na campanha se conecta com a realidade. E agora há uma larga construção política que dará apoio a esse governo e seguramente terá o seu papel. Agora, ficou ou claro que é possível compatibilizar qualidade de gestão com a ocupação política”, afirmou.

Posse…

A nova governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, empossa, nesta segunda-feira (02.01), o primeiro escalão de novos secretários e secretárias do Governo de Pernambuco. A solenidade acontecerá no jardins do Palácio do Campo das Princesas, às 10h.

…Mais nomes
A expectativa agora é com as nomeações dos segundos e terceiros escalões, já que muitas pessoas que atuaram com Raquel no governo de Caruaru ,esperam ser chamados para fazer parte da equipe. São muitos nomes bons que aguardam o sinal verde da tucana.

Fim do ciclo do PSB…
O PSB encerrou, neste sábado (31), um ciclo de 16 anos à frente do Governo de Pernambuco. Nesse período, marcado por duas gestões eleitas e reeleitas – a do ex-governador Eduardo Campos (2007-2014) e a do agora ex-governador Paulo Câmara (2015-2022) –, o estado mudou sua matriz econômica, interiorizou o desenvolvimento e fortaleceu as políticas sociais, consolidando a união entre o desenvolvimento econômico e o olhar para os mais vulneráveis como marca e vitrine do modo PSB de governar.

…Conquistas
Antes de 2007, quando o atual ciclo teve início, não havia o Polo Automotivo de Goiana, e Suape não era uma locomotiva do desenvolvimento do estado. O ensino integral não era uma realidade ampla nas escolas da rede pública, e a última grande unidade de saúde construída havia sido o Hospital da Restauração, na década de 60. Com a eleição de Eduardo Campos e, posteriormente, a continuidade desse projeto com Paulo Câmara, o Governo do Estado começou a transformar esse cenário.