
A primeira semana do governo Raquel Lyra (PSDB) vem mostrando como serão os quatro anos da tucana a frente do Palácio do Campo das Princesas. Os times da situação e oposição estão escalados para que uma guerra de narrativas seja travada. O novo governo quer passar a ideia de terra arrasada e que a casa precisa urgentemente ser arrumada.
A gestão anterior reagiu e uma dura nota foi redigida em nome do PSB de Pernambuco, algo que não se viu nos últimos anos, com partido politico se posicionando. Os socialistas mandaram recado que não irão permanecerem em silêncio, diante das críticas dos aliados de Raquel. Ela não conhece esse tipo de situação em Caruaru, já que a oposição foi bem branda.
O secretário de Turismo e ex-deputado federal, Daniel Coelho, foi escalado para rebater ao PSB. Ele disse que não há negação aos políticos pelo atual governo, já que Raquel vem de uma família tradicional de políticos, mas que segundo ele, o tempo de lotear os cargos entre os partidos acabou em Pernambuco. “Raquel foi eleita para mudar o sistema. O sistema vai gritar! Esse grito, é o sinal da mudança chegando”, disse.
Coelho ainda disse que os adversários precisam aceitar que perderam a eleição. “O PSB acha que o estado é deles e não é”. Daniel ainda criticou a deputada federal Marília Arraes e disse que ela reclama da demissão dos cargos comissionados, já que o irmão de Marília foi exonerado pela governadora Raquel. Mesmo com Daniel afirmando que os partidos e políticos virão para a base, a situação não é tão simples.
Além disso, a reação de vários sindicatos e até do Tribunal de Contas do Estado também mostra que o novo governo terá trabalho para evitar uma gestão de crise entre as instituições, como aconteceu com o governo Bolsonaro, por exemplo, que viveu em pé de guerra durante quatro anos. Daniel Coelho disse que não existe essa possibilidade. A conferir.
Articulação…
A articulação política será essencial para evitar danos na relação política entre o governo e os deputados, por exemplo. Eduardo Vieira e Rubens Júnior estarão juntos a secretaria da Casa Civil para que o governo tenha uma boa base na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A articulação nos bastidores é grande nesse sentido.
…Liderança
Nos próximos dias a governadora deve indicar a liderança na Assembleia Legislativa. Não acredito que Raquel vai usar a mesma estratégia de Caruaru em ficar sem liderança no governo. O perfil indicado deve ser uma pessoa que tenha boa oratória e também seja boa de “briga” para bater de frente com os deputados de oposição, principalmente os do PSB e PT.
É ruim perder…
Raquel poderá ter um prejuízo enorme se perder a eleição para presidência da Assembleia. Um opositor no controle da Casa vai gerar problemas na votação de algumas pautas que sejam enviadas pela tucana. O experiente Álvaro Porto (PSDB) é o mais cotado para ser o nome apoiado por Raquel. No entanto, ele vai precisar dos votos dos deputados de PP e União Brasil, que não estão satisfeitos por ficarem de fora do primeiro escalão.
…Nem pensar
Se perder a eleição para presidência será ruim, não ficar com o comando da Comissão de Leis seria complicado para Raquel. Ela tem em Débora Almeida o nome mais indicado para a função. Ela é procuradora do estado e conhece os trâmites. Sem falar que foi prefeita em dois mandatos e sabe como funciona a máquina pública.
Crise no governo Lula…
Escolhida por Lula para comandar o Turismo, Daniela Carneiro, tem vínculo político com miliciano, mas nega compactuar com crimes. Seu entorno também enfrenta suspeitas no governo do Rio e em Belford Roxo. Desde que ela foi indicada pelo União Brasil, apoiadores reclamam da indicação e pedem a saída da ministra.
…Impasse
A primeira semana do novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva tem exposto contradições e tensões entre os ministros escolhidos pelo presidente. O ministro da Justiça, Flávio Dino, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, divergem sobre como lidar com acampamentos bolsonaristas na frente de quartéis. Dino diz que há crime e Múcio defende o diálogo.