
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia à Justiça Federal afirmando que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo em 2014, recebeu propina repassada pela Odebrecht para uma conta na Suíça. Segundo a acusação, a empreiteira repassou 771,4 mil dólares em troca de favorecimento em obras do governo estadual. As informações são do g1.
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPF:
Pernambuco, entre 2007 e 2014, foi “sede de uma organização criminosa liderada pelo falecido governador do estado Eduardo Henrique Accioly Campos, voltada à prática de crimes contra a ordem econômica, de corrupção e de lavagem de dinheiro”;
Eduardo Campos foi beneficiado com pagamentos feitos na conta bancária de um tio, Carlos Augusto Arraes, que morreu em 2010;
em 2007, esse tio do ex-governador de Pernambuco abriu, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, uma offshore (empresa no exterior que não precisa declarar origem e destino de dinheiro) chamada Sama Group Corporation, que tinha uma conta no banco suíço Pictet;
essa conta recebeu, entre 2008 e 2009, 771,4 mil dólares em quatro transferências de offshores controladas pela Odebrecht;
após a morte de Carlos Arraes, a viúva dele, Sandra Leote Arraes, assumiu a administração da Sama Group Corporation e da conta bancária da empresa na Suíça.
Os responsáveis pela denúncia são os procuradores da República Rodrigo Antonio Tenório Correia da Silva e Cláudio Henrique Cavalcante Machado Dias. Eles pediram, além da condenação, sequestro de bens da viúva de Carlos Arraes.
Esse pedido, segundo a Folha de S.Paulo, foi suspenso pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).