Esquema de falsificação de cigarros é desvendado e pessoas são presas em quatro estados do Nordeste

Mário Flávio - 07.07.2016 às 07:18h

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Integrantes de duas quadrilhas que compravam cigarros falsificados e distribuíam em pelo menos sete estados do Nordeste foram presos, na manhã de hoje, em diversas cidades de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Bahia. As ações fizeram parte da Operação Kapnos, do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público de Alagoas (MP/AL). A coordenação das atividades ficou por conta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que contou com o apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP/AL).

Foarm 14 mandados de prisão e de 29 de busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, foram cumpridos por equipes da PRF e das polícias Civil e Militar de Alagoas. Além de centenas de caixas de cigarros falsificados, os agentes apreenderam veículos de luxo, lanchas e jet-skis. Esses bens teriam sido comprados e colocados no nome de laranjas com o intuito de lavar o dinheiro adquirido com o comércio ilícito.

De acordo com o MP/AL, as quadrilhas presas eram especializadas em comercializar cigarros falsificados, produzidos no Brasil, mas com selos de marcas paraguaias, já bem aceitas no mercado nacional, como Eight, Gift, Bello e Meridian. Segundo os investigadores, eles compravam de fábricas clandestinas, localizadas, em sua maioria, no Sul do país, e distribuíam para diversos centros de comércio no Nordeste, chegando a faturar mais de um milhão de reais por ano com o esquema. Nesses valores não incidiam arrecadação de impostos nem fiscalização.

Ambos os bandos possuíam uma estrutura organizada, cujos integrantes exercem papéis distintos. Existiam os fornecedores regionais, os estaduais, e os locais, fora os vendedores, que comercializavam para o consumidor final. Foram justamente esses vendedores que se tornaram o ponto de intersecção entre as duas organizações criminosas, uma vez que ora compravam produtos de uma das quadrilhas, ora compravam da outra.

Devido ao dinheiro fácil, os cabeças das organizações viviam como empresários de sucesso, administrando empresas de fachada, como postos de gasolina, restaurantes e distribuidoras de bebida, tudo no nome de terceiros. Havia, inclusive, em uma das organizações, um financiador do esquema, que emprestava dinheiro para a compra da mercadoria falsificada.
Todos os presos serão levados para a Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), localizado no bairro da Santa Amélia, na capital alagoana, e os materiais apreendidos serão encaminhados para a Academia de Polícia Militar de Alagoas, no Trapiche da Barra, também em Maceió/AL.