Expulsão de Edmilson do Salgado antecipa situação que vai ocorrer na Câmara

Mário Flávio - 15.07.2019 às 00:38h

O PCdoB confirmou na semana passada a expulsão do vereador Edmilson do Salgado dos quadros do partido. A legenda havia pedido que o mesmo fosse para a oposição a prefeita Raquel Lyra e ele não aceitou a orientação. Foi aberto um processo na Comissão de Ética e o mesmo foi “convidado” a deixar a legenda comunista. Na verdade, Edmilson nunca foi um militante de esquerda, e estava na sigla por sempre ter boas condições para ele ser eleito em três mandatos consecutivos, sendo o mais votado na eleição passada.

Mas a saída precoce dele do partido apenas antecipa o que vai ocorrer na Câmara em meados de março do ano que vem, prazo que abre a janela eleitoral para vereadores mudarem de partidos. Uma debandada de políticos de algumas siglas para formar o chapão, que vai sair para disputar vagas na Câmara em torno da candidatura de Raquel Lyra a reeleição. O PDT é o partido que mais deve sofrer baixas. A legenda conta atualmente com o líder do governo, Bruno Lambreta, Leonardo Chaves, Ricardo Liberato e Ranilson Enfermeiro. Os quatro devem sair da sigla e provavelmente ir para o PSDB, partido da prefeita.

O ninho tucano já conta com o presidente da Câmara, Lula Tôrres, e com a mudança da legislação, que propôs o fim das Coligações, os vereadores serão eleitos pelos partidos. Os cinco citados, por curiosidade, foram eleitos no pleito passado pelo PDT e faziam parte do chapão montado pelo ex-prefeito Zé Queiroz e deputado federal Wolney Queiroz, para apoiar Jorge Gomes na disputa a prefeito.

A estratégia deu certo e conseguiram formar a maior bancada da Casa. No entanto, o rompimento político dos Lyra com os Queiroz jogou aos cinco para a base do governo e todos têm cargos e situação confortável junto ao governo Raquel Lyra. Outro partido que deve passar por situação semelhante é o Cidadania, antigo PPS. A legenda é comandada em Pernambuco pelo deputado federal Daniel Coelho, aliado de primeira linha de Raquel.

Atualmente o partido conta apenas com o vereador Allysson da Farmácia, mas pode ser o destino dos parlamentares do PSD, por exemplo. Italo Henrique e Pierson Leite podem compor com ele e formar o segundo chapão do governo. A eles poderiam se somar ainda os vereadores do PRTB, que estão num partido hoje no campo da oposição a tucana. O comando da legenda segue com Luciel Emerson e o mesmo é assessor do deputado federal Fernando Rodolfo. Só numa composição dele com Raquel o PRTB ficaria no governo e numa possível chapa de Raquel, o que é pouco provável. A sigla tem os vereadores Edjailson da Caru Forró, Duda do Vassourada e Rozael do Divinópolis. O trio também é governista.

PSDB e Cidadania podem ainda ainda ganhar o reforço da bancada do Patriota. O partido conta com Heleno Oscar, Pastor Moyses (em exercício e na oposição), Tafarel e o Presbítero Andrey Gouveia. A costura não será fácil, mas a bancada ainda pode ser dividida com o DEM, que também faz parte da base. A conferir.

PSB…

O partido do governador Paulo Câmara conta apenas com o mandato de Marcelo Gomes. O mesmo vai convidar alguns políticos para formar a chapa e terá uma eleição dificílima, já que sempre foi uma legenda com poucos candidatos. Vereadores da própria oposição hoje podem ser convidados para uma composição.

…e o PT

O Partido dos Trabalhadores conta com o mandato de Daniel Finizola. A legenda vai travar uma disputa interna sobre quem será o novo presidente e isso pode ser crucial para definir os destinos dos candidatos e candidatas em 2020. Se Leo Bulhões, assessor de Daniel, vencer, ele fica forte na legenda e terá prioridade na reeleição. O adversário dele será Adilson Lira. Caso o ex-presidente volte ao comando da sigla, o partido deve compor com o ex-prefeito Zé Queiroz e a chapa dos vereadores será discutida.

Galego de Lajes no MDB…

Aliado fiel do deputado Tony Gel o destino do vereador Galego de Lajes deve ser o MDB. Ele foi eleito pelo PSD, mas como o partido deve mesmo ter Raffiê Dellon como candidato a prefeito, Galego será um dos nomes de Tony para o chapão. Nos bastidores outros nomes também estão sendo chamados e existe a possibilidade de novas caras na política surgirem pelo partido, uma delas é a advoga Maria Luisa Lacerda, sobrinha de Miriam Lacerda.

… E Cecílio?

Se Galego de Lajes deve chegar, o único vereador do MDB eleito na eleição passada deve sair. Cecílio Pedro hoje também é da base de Raquel Lyra e o destino dele pode ser alguns dos chapões apoiados pela tucana. Existe ainda a possibilidade dele ficar no MDB, mas é pequena.

O PDT…

Se vai perder quatro vereadores o PDT pode ganhar o reforço de Sérgio Siqueira e Fagner Fernandes, ambos do Avante. Os dois são oposição a Raquel Lyra e caso o partido fique mesmo com a tucana, migrarão. Além disso, eles podem ganhar estrutura do PDT para a reeleição. A legenda pode convidar ainda Daniel Finizola e fala-se que o ex-presidente da Câmara, Rogério Meneses e o vereador licenciado Alberes Lopes, que hoje é secretário de estado, possam ir pata o PDT.

…E Zezé

O destino da vereadora Zezé Parteira também deve ser algum partido do chapão. Ela hoje é da base do governo, mas se derem boas condições pode até ficar no PV, partido que ela foi eleita. Tudo vai depender muito da negociação e de como a chapa será formada. Única mulher na Câmara, Zezé tem papel de destaque na atual composição do legislativo municipal.

Prefeito em exercício

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, viajou no fim de semana para os Estados Unidos para participar de um curso sobre gestão pública. Ela também estará acompanhada de um seleto grupo de gestores brasileiros. Realizada em Washington, a capacitação tem como objetivo ampliar as possibilidades de soluções na construção de políticas públicas. As aulas acontecerão até o dia 19 de julho. Durante a viagem, o vice-prefeito Rodrigo Pinheiro assume interinamente a Prefeitura de Caruaru.