Ianomâmi: MPF apontava crise na saúde desde 2021 e desvios na compra de remédios

Jorge Brandão - 23.01.2023 às 13:25h
Foto: Reprodução

Do UOL

Operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), em novembro de 2022, mirou suspeitas de desvio no uso de verba para remédios na área Ianomâmi, onde foi decretada na sexta (20) emergência de saúde pelo governo federal.

A suspeita era de que só 30% de mais de 90 tipos de medicamentos fornecidos por uma das empresas contratadas pelo distrito sanitário indígena local (DSEI-Y) teriam sido devidamente entregues.

Inspeção do MPF em julho apontou que a entrega do vermífugo albendazol, por exemplo, ocorreu em quantidade bastante inferior ao que constava em nota fiscal, relata a Procuradoria em documento ao Ministério da Saúde, em novembro.

O MPF diz ainda que foi preciso cobrar várias vezes para que a direção do DSEI-Y providenciasse nova compra de remédios. “Dados relativos à cobertura de tratamento para verminose demonstram que o esquema implementado no DSEI-Y deixou 10.193 crianças desassistidas, aprofundando a tragédia humanitária dos Ianomâmi”, diz o MPF, que pediu a nomeação de interventor para gerir o distrito sanitário.