#Impeachment – PT insiste na tese do Golpe 

Mário Flávio - 16.04.2016 às 09:55h

  
O cronograma definido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estabelece que esta fase dos debates em torno do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é reservada aos partidos, que têm uma hora para se manifestar na tribuna do plenário. Mas líderes podem pedir a palavra a qualquer momento. Após o PMDB se manifestar, com cinco parlamentares da legenda, a vez seria do PT, mas o líder do governo, José Guimarães (CE), que interrompeu a sequência para pedir a palavra. O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE) disse que um impedimento do mandato de Dilma Rousseff não é saída para a crise econômicaMarcelo Camargo/Agência Brasil

Guimarães disse que um impedimento do mandato de Dilma Rousseff não é saída para a crise econômica enfrentada pelo país. Lembrou que o governo foi republicano e ajudou muitos estados — citando o Espírito Santo, estado do deputado Leo Coimbra (PMDB-ES), um dos críticos ao governo e que falou minutos antes. Sem citar nomes, Guimarães fez uma crítica ao vice-presidente Michel Temer, que, segundo ele, já estaria negociando uma equipe e governo, caso o impeachment seja aprovado. Ele fez uma comparação dizendo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usa um escritório, em um hotel de Brasília, para negociar apoio à manutenção do mandato de Dilma, e não uma residência oficial. “É mais grave estar no hotel articulando ou estar no [Palácio do] Jaburu ? [residência da vice-presidência, recebendo deputados e dividindo ministérios]”, perguntou.

Guimarães voltou a classificar o processo de impeachment como “golpe de quem não tem votos para comandar o país” e completou chamando o país para uma repactuação nacional a partir da próxima segunda-feira (18), um dia depois da votação do processo na Câmara, prevista para começar às 14h. “Está-se constituindo uma saída para o Brasil que é o [vice-presidente Michel] Temer presidente e [presidente da Câmara, Eduardo] Cunha como vice. É essa a saída para o Brasil? Não me parece ser o melhor caminho. Não podemos enveredar por este caminho da maldade que só tem por objetivo punir a presidente Dilma”, disse.
Para o petista, está claro que não há crime de responsabilidade e argumentos jurídicos que comprovem um crime de responsabilidade, que justifique um impeachment. “Porque temos que derrotar o golpe travestido de impeachment? Porque não tem causa, não tem fundamento. Vamos cassar porque estamos insatisfeitos. Não podemos cometer essa injustiça contra um ser humano”, alertou. Guimarães ainda disse que desemprego e inflação não são motivos para cassação de mandato e afirmou estar otimista já que, segundo ele, o governo tem 200 votos. Seriam necessários 175 dos 513 para evitar a continuidade do processo contra Dilma. A oposição segue afirmando ter os 342 votos, os dois terços dos votos dos deputados necessários para o andamento do impeachment.