Mário Benning: “O parecer não quer dizer que os vereadores estão isentos da responsabilidade no retrocesso da educação”

Mário Flávio - 06.10.2013 às 12:25h

Essa semana alguns vereadores de situação comemoram o fato do Ministério Público ter dado um parecer contrário aos professores, que pediram por meio do Sismuc, a anulação da votação na qual foi aprovado o polêmico PCCDR dos docentes da rede municipal de ensino. Usaram à Tribuna e fizeram questão de frisar o parecer os vereadores Marcelo Gomes (PSB) e o presidente da Casa, Leonardo Chaves (PSD). Para o analista político Mário Benning, os edis tentaram confundir a opinião pública, já que na opinião dele, um parecer sobre a sessão, não minimiza os problemas causados aos professores com a aprovação do PCCDR.

“Acho que é uma pequena confusão. Em virtude do que houve com a aprovação do PCCDR, o Sismuc tentou junto com a ATEC a derrubada da sessão, tentando provar que não tinha um trâmite regular. O que o Ministério Público disse é que a documentação que foi enviada pra Câmara, o ritual de dois dias, como determina o Regimento Interno, foi cumprido. Isso não quer dizer que o PCC é bom, e não quer dizer que foi uma Lei maravilhosa para Caruaru ou que os vereadores estão isentos da sua responsabilidade no retrocesso da educação municipal. De acordo com esse parecer, o que se sabe é que a parte burocrática da convocação extraordinária foi feita. O PCC pode até ser legal mas, não é moral”, criticou.

O analista fez ainda uma analogia com a situação dos médicos, já que para ele, essa outra categoria é privilegiada pela gestão municipal e em nenhum momento os governistas tocam no assunto. “Eu queria que os professores tivessem o mesmo tratamento que os médicos têm. Eles ameaçam fazer qualquer greve e arrancam 30%, 40% de aumento, mas a visão de Caruaru, Brasil como um todo, é que professor tem que passar fome. E principalmente no momento que a gente vê aqui em Caruaru que as verbas da educação não estão sendo bem gastas e bem aplicadas. O relatório da CGU não diz que há desvio, quem vai dizer isso é o Ministério Público, mas o relatório diz que há irresponsabilidade, que dinheiro tem, mas que está sendo mal gasto. Isto está em evidência, são 17 milhões de reais para educação municipal em Caruaru que foram pelo ralo. Em vez de tampar esse ralo sacrificou-se a categoria congelando seu salário. Ao invés de procurar tapar os gargalos e ser mais eficiente, gastar bem o dinheiro, a prefeitura decidiu fazer o caminho contrário que é descontar no professor municipal em virtude da sua incompetência financeira”, expôs.