MBL pede na Justiça suspensão do rodízio de carros no Recife e mais quatro cidades

Mário Flávio - 14.05.2020 às 08:00h

Do Blog do Jamildo

O MBL/PE entrou com uma ação judicial contra o rodízio de carros proposto pelo governador Paulo Câmara (PSB/PE). Segundo o líder do MBL no estado, Pedro Jácome, a ação não tem por objetivo incentivar a aglomeração de pessoas, mas – pelo contrário – manter o afastamento social.

Recife, Olinda, Camaragibe, Jaboatão e São Lourenço terão quarentena e rodízio de veículos a partir do sábado (16) “Estudando a lógica, ouvindo a opinião de especialistas e analisando o que aconteceu no rodízio implementado em São Paulo, percebemos que o rodízio de carros faz com que as pessoas usem mais ônibus e transportes compartilhados como uber e táxi. O tiro acaba saindo pela culatra”, argumentou.

A ação foi proposta essa tarde junto à Justiça Estadual. Segue abaixo a explicação do MBL/PE em uma rede social:

“Lendo e refletindo sobre os efeitos do rodízio de carros proposto pelo governador Paulo Câmara, entendemos que o rodízio de carros em vez de diminuir, aumentaria a velocidade de contágio pelo covid-19. Nosso objetivo, portanto, não é o de ir contra o distanciamento social, mas – pelo contrário – preservá-lo.

A medida do governador acaba tirando as pessoas de seus carros e colocando-os em meios de transporte com maior exposição ao vírus, como ônibus e táxis. Essa é a opinião de alguns especialistas que embasaram nossa decisão:

“Os deslocamentos na cidade precisam diminuir, mas eles não são um problema em si. Assim como existem os desnecessários, que devem ser suprimidos, há os fundamentais para que a sociedade possa funcionar minimamente. E o que determina qual é qual não é o meio de transporte. Forçará as pessoas a opções com mais contato social – o Uber ou o transporte coletivo.” – Gabriel Rostey, consultor em política urbana.

“A Prefeitura quer combater os congestionamentos ou a mobilidade? A intenção do rodízio ampliado é manter o máximo número de pessoas em casa. Mas o resultado é catastrófico. Expulsaram as pessoas dos carros e colocaram no transporte coletivo, onde o risco de contágio é muitas vezes maior”, Sergio Ejzenberg – Engenheiro Especialista em trânsito”