Ministério Publico recomenda restrições de banho de mar e estudos sobre tubarões em Fernando de Noronha

Jorge Brandão - 08.02.2022 às 15:25h
Foto: Reprodução/Internet

A Promotoria de Justiça de Fernando de Noronha recomendou à administração do arquipélago e à concessionária EcoNoronha que promovam restrições ao banho de mar nas praias da localidade. O Ministério Público de Pernambuco orientou que a medida fique até que sejam finalizados os estudos e implementadas as medidas apontadas para evitar a ocorrência de novos acidentes.

A recomendação é por causa do ataque de tubarão a uma menina de 8 anos, chamada Nicole, em 28 de janeiro. Ela teve uma perna amputada no Hospital Português, no Recife, onde ficou internada. Depois, foi transferida para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

A garota foi atacada por um tubarão na Praia do Sueste, em 28 de janeiro. No mesmo dia, teve que ser transferida para o Recife. Em 3 de fevereiro, deixou o Português e seguiu para tratamento em São Paulo. Por causa do ataque, duas praias estão proibidas para banho em Noronha e ganharam placas.

Como alternativa às restrições ao banho, o MPPE propôs a instalação de mirantes de observação e estrutura de aviso sonoro para alertar os banhistas e a presença de guarda-vidas civis ou de efetivo do Corpo de Bombeiros equipado com equipamentos de primeiros socorros.

Além disso, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça local, oficiou a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para que apresentem, em até 30 dias, Termo de Referência para embasar a realização de um estudo ambiental sobre as espécies de tubarões existentes no arquipélago e indicação de medidas mitigadoras que possam ser adotadas para evitar novos acidentes.

O promotor de Justiça Flávio Falcão ressalta que “a realização desse estudo é essencial para uma maior compreensão sobre as populações de tubarões existentes em Fernando de Noronha, quais áreas de mar oferecem maiores riscos aos banhistas e que providências podem ser implementadas para evitar novos acidentes”. Em seguida à apresentação do Termo de Referência, que pode ser elaborado com o apoio do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT), o MPPE recomendou à Autarquia Territorial Distrito Estadual de Fernando de Noronha (ATEDFN) e à concessionária EcoNoronha executarem, em conjunto ou separadamente, o Estudo Ambiental nas praias sob responsabilidade de cada entidade.

A Administração e a EcoNoronha têm um prazo de 90 dias após o recebimento do Termo de Referência para encaminhar o estudo ao MPPE. A EcoNororonha é a concessionária responsável por administrar as praias que integram o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. O MPPE alertou que, na hipótese de novos acidentes com banhistas, adotará as medidas para responsabilizar civil, administrativa e criminalmente quem não adotar as medidas mitigadoras.