Dois dias após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar o fim da emergência de saúde global da pandemia de covid-19, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância de intensificar a vacinação contra a doença. As informações são do Valor Econômico.
O alerta foi feito em pronunciamento em rede nacional na noite deste domingo (7). “É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas”, declarou.
“Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de Estados e municípios, realiza, desde fevereiro, campanha nacional pela vacinação de reforço contra a covid-19. Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população”, complementou.
Na sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o fim da emergência de saúde global da pandemia de covid-19. O anúncio foi feito em Genebra, na Suíça, pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.
“Ainda vamos conviver com a covid-19, que continua evoluindo e sofrendo muitas mutações, mas temos há mais de um ano a predominância em todo o mundo da variante ômicron e suas sub-linhagens, sem o agravamento do quadro sanitário”, ressaltou a ministra.
A organização havia decretado o alerta máximo para a covid-19 no dia 30 de janeiro de 2020. No dia 11 de março, a OMS classificou a doença como uma pandemia.
No Brasil, a covid-19 matou mais de 700 mil pessoas. Foram confirmados mais de 37 milhões de casos. No mundo todo, foram registradas quase 7 milhões de óbitos em decorrência da doença.
No pronunciamento, a ministra lamentou o número elevado de mortes em decorrência da covid-19 no Brasil. “Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas. Cerca de 2,7% da população mundial vivem em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes”, declarou.
A ministra criticou a falta de ação do governo anterior para enfrentar a pandemia. “Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país”, destacou.
Na sequência, Nísia Trindade disse que o país não pode esquecer o que ocorreu. “Precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno”.
Na fala, a ministra fez um agradecimento aos cientistas e aos laboratórios que desenvolveram e produziram as vacinas. “Um agradecimento especial ao papel desempenhado no Brasil pelo Instituto Butantan, pela Fiocruz e pela Anvisa. Mesmo com todos os desmontes da ciência e tecnologia, nossas universidades e institutos de pesquisa não mediram esforços na busca de solução”, afirmou.
A ministra também citou governadores e prefeitos que, segundo ela, não se deixaram levar pelo negacionismo e destacou a importância do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
