Com o projeto “Future-se”, apresentado pelo governo federal ontem, o Brasil vai “evoluir” o nível de sua educação superior para, digamos, a década de 1970… finalmente!
Não, eu não estou criticando o projeto recém apresentado… longe disso! O Brasil precisava, sim, de vários (senão todos) os pontos apresentados no projeto Future-se – foi um arquipélago de “bolas dentro” num mar de “bolas fora” que os adversários do presidente teimam em alardear.
A nossa educação superior é, e sempre foi, desde quando nem sei dizer, extremamente ideologizada e dominada por “guildas” de professores – e por conseguinte reitores – que defendem “uma agenda”, e não a educação profissional em si, como deveriam defender.
Ora, meu amigo leitor, minha cara leitora, sempre me perguntei POR QUE as universidades federais não querem receber aportes ($$$) de empresas privadas a fim de permitir pesquisas e desenvolvimento que lhes conceda patentes e retorno tecnológico que lhes possibilitará lucro – como toda empresa quer -, ein?
Se uma Samsung, uma IBM, uma AstraZeneca (farmacêutica) quiser disponibilizar milhões de dólares em uma universidade federal brasileira, vai provavelmente “esbarrar” na cara (e na porta) fechada do reitor, cego ideologicamente, que não percebe o mal que está fazendo aos próprios alunos (que iriam se beneficiar muito do aprendizado, tendo chances de contratação pela própria empresa investidora).
Tudo isso em nome da “luta social contra o imperialismo e em defesa da autonomia das universidades públicas, gratuitas e de qualidade”.
A renomada universidade Harvard, apenas para citar um exemplo, recebe, desde a década de 1970, quando se abriu para essa realidade, aportes de inúmeras empresas para pesquisas de mais alta complexidade e de alto valor de mercado. Seus alunos, não por acaso, estão entre os profissionais mais desejados do mundo inteiro.
Ahhh, só Harvard foi palco de 159 ganhadores de prêmio Nobel ao longo de sua história… a maioria deles em áreas que exigem muito investimento, como física e química… (Só a título de comparação, sabe quantos prêmios Nobel tem o Brasil? (dica: menos de 1)).
O projeto Future-se do Governo Federal PRETENDE tirar o ensino superior do limbo de qualidade e objetividade em que se encontra há, pelo menos, 40 anos: é necessário aproximar as universidades federais do mercado de trabalho – e do mercado mundial globalizado – dar-lhes condições de criar profissionais competitivos para um mercado cada vez mais global… e isso NÃO SE FAZ com “macaquinhos”, camisa do Che Guevara e piquetes com pneus queimados. (note que eu frisei “PRETENDE” no parágrafo anterior… porque entre “pretender” e “conseguir”, há um certo abismo… e só o tempo nos dirá se ele será transpassado).
Uma análise rápida sobre os principais pontos do projeto Future-se me permite concluir que eles chegaram a uma conclusão que outros governos anteriores teimavam em ignorar: “A educação é para dos alunos, não para os professores!”
Isso significa que as políticas para educação devem ser voltadas para a qualidade de ensino e preparação para futuro profissional dos alunos que lá estão, em vez de privilegiar e mimar pseudo-professores que só desejam manter o seu poder – até alçar cargos de reitoria – indefinidamente.
Professor tem que ensinar – e tem que ensinar BEM! Seus alunos estão lá, dispostos a aprender aquilo que os fará ter condições de lutar por suas vidas no mercado competitivo… Eles não vão ganhar nada aprendendo a militar contra o “capetalismo” que quer investir na faculdade mas não pode.
Se eu gostei do que vi no “Future-se”? Sim! Até o achei um pouco “conservador” demais: podia ter sido mais radical!!
Mas, vá lá, é um bom começo! Uma nova era para as universidades federais está se desenvolvendo e o choro dos que querem manter o seu poder, nesse seu “gueto” ideológico é a maior prova de que essa nova era é, sim, o melhor para os alunos.
Lembre-se: “Educação é para os alunos, não para os professores!”
*João Antonio Carvalho é professor há 25 anos e empreendedor da área de educação há 10.