Nenhum político do PSB de Pernambuco tem se revelado mais “antiBolsonaro” que o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, provável candidato do partido à sucessão de Paulo Câmara nas eleições de 2022. Ele não perde oportunidade para alfinetar o presidente da República mesmo quando não é chamado a opinar sobre temas do governo federal. Arranja sempre um jeito de dizer que Bolsonaro foi eleito em 2018 “prometendo emprego para todo mundo”, o que obviamente não é verdade, pois candidato a presidente, mesmo tendo um parafuso solto, não seria louco para fazer esse tipo de promessa.
O que Geraldo Júlio aparentemente está desejando é ocupar em Pernambuco o espaço do “antiBolsonarismo”, sabendo-se que aqui no Estado ele obteve apenas 30% dos votos válidos, ante 70% do candidato do PT, Fernando Haddad. Quer fazer contraponto ao senador Fernando Bezerra, líder do governo no Senado, que deverá ser o principal candidato da oposição ao Palácio do Campo das Princesas.
Porém, como 2020 é uma preliminar de 2022, o prefeito do Recife prega desde já a unidade dos partidos da Frente Popular. Não é algo difícil de se obter, desde que ofereça a vaga de vice de João Campos ao PT. O PCdoB já teve sua vez, inclusive no governo Paulo Câmara.