“Somente através da cultura poderemos mudar o mundo. Todas as escolhas que fazemos dependem dela. Ela funciona como óculos e como espelho de como vemos o mundo. E a maneira de mudar este mundo só depende de nós, de como nos colocamos frente a ele: como vítimas ou como co-autores?” (Lala Deheizelin)
Houve um incremento notável nas políticas públicas através de ações do Governo Federal, principalmente a partir da gestão do PT. Programas que ajudaram a elevar o nível social dos brasileiros, a geração de renda, e inclusão a vários itens, entre eles educação, emprego, moradia, e também o amplo universo da cultura. Como afirmava Lula, enquanto presidente: “…não a vemos (cultura) como algo meramente decorativo, ornamental. Mas como a base da construção e da preservação de nossa identidade, como espaço para a conquista plena da cidadania, e como instrumento para a superação da exclusão social – tanto pelo fortalecimento da auto-estima de nosso povo, quanto pela sua capacidade de gerar empregos e de atrair divisas para o país. Ou seja, encaramos a cultura em todas as suas dimensões, da simbólica à econômica.”
Para se ter idéia de como era antes de Lula, no Brasil os recursos para o setor eram o menor orçamento da República. A partir de Gilberto Gil, em 2003, o orçamento de 0,2% vai para 1,3%, em termos concretos de R$ 287 milhões para quase R$ 2,5 bilhões. O acesso aos recursos passa a ser desconcentrados. Naquela época 80% desses recursos iam para projetos culturais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Hoje vai para o Brasil inteiro e para todas as áreas da cultura, sem discriminação e sem privilégios.
Focando no âmbito social se houver uma avaliação para descobrir quais são os projetos sociais que conquistam melhores resultados veríamos o quanto a cultura influencia decisivamente nisso. Não é o governo sozinho, são as organizações não-governamentais que trabalham justamente com cultura que conseguem provocar um impacto maior com resultados mais visíveis.
Isso porque pensar a cultura não somente como linguagem artística, mas num sentido amplo, permite que as ações cheguem às pessoas. Nos últimos anos vemos em Caruaru a cultura fervilhando com uma série de debates a respeito do que está ou não sendo feito. São reuniões, seminários, palestras e até a mais recente audiência pública. Muito se critica, se reclama e se cobra nessa área. Vamos dar um giro no mundo e ter um olhar mais coerente com a realidade.
Há na história mais recente um marco a destacar que foi a Conferência de Políticas Culturais, na África, em 1975. Quando se começa a pensar a cultura com uma forte ligação com o desenvolvimento. Veio a Década Mundial para a Cultura e Desenvolvimento, de 1988 a 1997, e a formação da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento, ambos lançados pela ONU. Em junho de 2004, teve o 1º Fórum Cultural Mundial, e na Unctad XI (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento), também na mesma data. Em 2010 no Brasil o 1º Fórum das Indústrias Culturais. No ano passado, tanto o 1º Fórum Internacional de Gestão Cultural e o 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios. Inserindo Caruaru neste contexto, também não ficamos muito atrás. Comparando por exemplo com a Conferência das Cidades, esta é a 5ª do país e a primeira de Caruaru, enquanto que quando o Brasil realizava sua segunda Conferência Nacional de Cultura em 2010 nós realizávamos a primeira aqui. No segundo semestre deste ano acontece a nossa segunda Conferência Municipal.
E mais, o Plano Nacional de Cultura só surgiu em 2010 e já no final de 2012 com Marta Suplicy o Sistema Nacional de Cultura, com destaque para o Vale Cultura. Pernambuco está aderindo agora a este sistema e nossa cidade já está também neste rumo. Há um bom caminho a trilhar até que tenhamos muito claro o papel estratégico que tem a cultura para o desenvolvimento de uma cidade no porte de Caruaru. Durante o primeiro mandato desta gestão atuei nesta área. Sendo testemunha presencial em parte das limitações e dificuldades, mas também dos bons resultados. Servindo a gestão em todos os níveis possíveis vi que através da Fundação o entrelaçamento da Diretoria de Ações Culturais junto com o Departamento de Eventos e a Diretoria de Turismo atuou numa harmonia com as demais secretarias na missão do prefeito de ter uma cidade melhor.
Quantos de nós temos conhecimento de projetos como: Duas Cantigas, nos Museus; Educando com Animação, em parceria com a Secretaria de Educação e a Universidade Federal de Pernambuco com produção de curta de animação beneficiando alunos nas escolas do município; Ler e Viajar, em parceria com a DESTRA; Moro Aqui, que foi iniciado no vassoural e é executado nos finais de semana. Exposições Fotográficas (Olhar sobre o Rio Ipojuca) e de Moda (homenagem ao centenário de Luíz Gonzaga); Concursos como o de Literatura de Cordel. O FEST CINE DIGITAL DO SEMI-ÁRIDO em parceria com Governo Federal, banco do Nordeste e FESTCINEDIGITAL e a Mostra de Curtas de Animação (Dia Internacional da Animação); Semana de Consciência Negra organizado pela Secretaria da Mulher; Cine Alto do Moura que é realizada pela Associação dos Artesões do Alto do Moura.
Pontão de Cultura, que objetiva salvaguardar o patrimônio material e imaterial da Feira de Caruaru, funcionando na Casa de Cultura José Condé. As muitas oficinas, entre elas destacando-se: Dança Popular, Teatro de Mamulengo e de Rua, Guias Mirins, Associativismo, Artes Visuais, Artesanato, Cidadania, Cultura Popular Musical, Literatura Oral e Escrita, Responsabilidade Ambiental e Maracatu Rural. No Pontão o Mini-Curso de Informática Básica, direcionado aos feirantes e o Cinema Livre montado na Casa da Cultura José Condé. O Parada Obrigatória na Semana Santa, Pernambuco Nação Cultural, São João, Natal Feliz Cidade, etc. Isso é pensar a gestão cultural a partir das possibilidades do surgimento de novos protagonistas sociais, além do mercado.
Com o fim ou não da Fundação e o surgimento das Secretarias com funções específicas da Cultura e do Turismo nosso cenário artístico cultural certamente terá mais impulso e resultados ainda mais positivos. É o que eu espero e certamente é a mesma esperança dos caruaruenses.
Penso que a gestão de Queiroz exatamente no ponto em que se encontra, vai deixar muita gente surpresa quando enxergar os resultados do que já foi começado. Podemos visualizar melhor além das festas e eventos, e o que está sendo plantado logo começará a dar frutos. Quem não acompanha vai se surpreender.
Programa Nacional do PSB – Ficou claro a intenção de Eduardo Campos de sua candidatura a presidência da República em 2014. Ele reconhece os avanços de Lula e Dilma e sugere ser a alternativa para que o país avance. Apesar de ser um programa altamente atrativo pela qualidade de imagem e produção, guardada todas as proporções, trouxe à lembrança a imagem perfeita e atraente de Collor. Algo para sua equipe avaliar melhor se compensa mesmo focar numa aparência perfeita com olhos tão “belos”, ou se além das propostas há mesmo resultados convincentes na saúde, educação e conquistas sociais. Pois além de bons números nas pesquisas o governador socialista precisaria, em minha opinião, exibir melhores resultados nestas áreas.
Por onde anda o Violeiro? – Rogério Meneses permanece com suas atividades no campo profissional, mas sem deixar de atuar nos bastidores da cena política. Sobre 2014 diz que será candidato a Deputado Estadual desde que seja para cumprir uma tarefa política do partido, tendo João Paulo como candidato a Governador. Caso contrário, apenas em 2016 é que voltaria a atuar já não mais na Paraíba e sim na terra de Vitalino.
Esta semana… – Viveremos mais um Primeiro de maio, tido como Dia do Trabalhador e na história mundial como o Dia da Solidariedade Internacional dos Trabalhadores. Começa em 1886 uma greve de 800 mil em Chicago, EUA, pela jornada de 8 h. Dia 4, choque com a polícia deixa 38 mortos. Militantes são presos, acusados de atirarem bombas. Um se suicida na prisão, 4 são enforcados em 11/11/1887. A 14/7/1889 o 1º Congresso da Internacional Socialista fixa o dia como uma espécie de greve geral internacional pela jornada de 8 horas.
Para Refletir
“Primeiro a chuva, depois o arco-íris. Se acostume, a ordem é sempre essa.”