O governador Paulo Câmara ignorou especulações de toda ordem sobre o candidato que escolheria para a vaga de João Campos no TCE. Foram cogitados por setores da mídia nomes vinculados ao PSB como o ex-deputado André Campos e os secretários Milton Coelho, Sileno Guedes, Nilton Mota e José Francisco Cavalcanti Neto.
Dos cinco, o mais bem aceito internamente seria este último não apenas por ser auditor, mas também pela discrição. No entanto, indicar um militante do PSB seria desaconselhável numa hora em que muito se questiona o modelo de composição dos Tribunais de Contas. Isso porque alguns governadores ignoraram por completo os princípios constitucionais que se exige dos indicados – notável saber jurídico, reputação ilibada, etc. –, bancando pessoas de currículo absolutamente incompatível com a natureza da função, que é fiscalizar e julgar contas públicas.
O exemplo do Rio de Janeiro nos diz tudo. Dos sete conselheiros, seis estão afastados por improbidade. Pernambuco, felizmente, nunca teve um conselheiro envolvido em irregularidades em 50 anos de história do TCE. Não se questiona aqui a qualidade dos nomes cogitados para o lugar de João Campos, e sim a militância política deles. O governador, como auditor da instituição, soube avaliar bem essas circunstâncias e fez opção por um nome da advocacia, como era João Campos.
Carlos Neves Filho é advogado de largo prestígio moral na classe, que continuará tendo um representante no Conselho como têm a Assembleia Legislativa (Carlos Porto, Teresa Duere, Marcos Loreto e Ranilson Ramos), o Ministério Público de Contas (Dirceu Rodolfo) e a Auditoria (Valdecir Pascoal). A bola agora está com a Assembleia, que certamente referendará a escolha com a melhor boa vontade.