Opinião – Mandela e os Direitos Humanos – por Aristóteles Veloso*

Mário Flávio - 06.12.2013 às 17:25h

Morre Nelson Mandela

Hoje é um dia daqueles que nos remete a refletir sobre os acontecimentos históricos que marcam nossas gerações. Morre Nelson Mandela. Mas o que significa esse fato para a história da humanidade? Pois bem, Mandela é um daqueles seres que surgem e deixam marcas na humanidade. Mandela é um homem que não se pode significar, é um homem polissêmico, de vários significados. Não podemos fixar um sentido a Mandela, pois ele é acolhido pelos mais diversos movimentos de luta por um mundo mais justo e igual. Todos os militantes sociais do mundo, das diversas bandeiras e ideologias, tiram seu significado do que foi e do que representa Mandela. Ele serve de inspiração aqueles e aquelas que lutam por um mundo mais igual, justo e solidário.

Mandela lutou ativamente, na década de 40 do século passado, contra o regime de segregação racial instalado na África do Sul, sustentado pela ideia da supremacia branca. O Apartheid foi um regime de exclusão, terror e de grande violência contra os negros. Na sua luta Mandela foi preso em 1962 e permaneceu preso por 27 anos. Esse período de sua vida, segundo Mandela, serviu de momento para refletir sobre fatores internos e externos do ser. Para Mandela “… a cela é um lugar ideal para aprendermos a nos conhecer, para se vasculhar realística e regularmente os processos da mente e dos sentimentos”. Mesmo com sua prisão a luta contra o Apartheid continua e em 1990 Mandela consegue a tão sonhada liberdade.

Hoje, Mandela entra para história como símbolo de luta por um mundo mais fraterno e feliz. Lutou, foi isolado, continuou lutando, ficou livre de seu cárcere e ao sair, ao invés de pregar um revanchismo contra seus algozes, Mandela surpreende o mundo com um discurso de conciliação, de paz e fraternidade com os brancos, pois este seria o caminho da convivência pacífica entre as divisões na África do Sul. Mandela deu um recado ao mundo pautado pela competição, pela disputa e pelo revanchismo, ele entra para história dos movimentos pela promoção da igualdade racial e dos Direitos Humanos, como um exemplo a ser seguido, de que na luta existem momentos de disputas e de conciliações necessárias para o progresso da igualdade, da justiça e da liberdade.

* Aristóteles Veloso é Gerente Municipal de Direitos Humanos