Lá se vão pouco mais de 7 meses do novo governo federal e o que a maioria da população percebe, segundo dados da pesquisa do ibope, é que as ações governamentais até o momento não mostram e não empolgam o povão a acreditar que em um período de médio prazo a economia e o emprego voltem a tempos outros.
Objetivamente não existe até o momento ações concretas que venham mexer positivamente com a classe social que é a maioria da população brasileira e que necessariamente é também a mais necessitada. De momento o governo federal tem apenas a aprovação de uma reforma da previdência muito controversa e que ainda depende da aprovação no senado, outras medidas estão ainda no papel como a MP da liberdade econômica e a reforma tributária. É pouco, é muito pouco para ser apresentado em mais de 200 dias de governo.
Esse governo sobrevive hoje muito mais dos apoios nas redes sociais de pretensos candidatos ao pleito municipal em 2020 do que de seus líderes e apoiadores na câmara e senado. No âmbito local existem tentativas de indivíduos politicamente fracassados em um passado próximo que enxerga nesse governo um capital político do então Presidente da república, e tenta hoje de forma apelativa atrelar o seu nome ao governo Bolsonaro.
Já outros tantos se animam cegamente com as subidas da bolsa de valores, o problema é que da mesma rapidez que sobe, a bolsa desce. Ou então fazer um malabarismo numérico para afirmar que existe uma onda crescente na linha do emprego formal, ao mesmo tempo que saiu um dado que o número de miseráveis no Brasil, pessoas que sobrevivem com 3 reais por dia ultrapassou doze milhões de brasileiros. Um outro ponto importantíssimo a se destacar é a miopia sociológica que contagiou parte dos brasileiros que se limitam em um debate político a fazer o seguinte questionamento: “e o pt?” ou “lula tá preso babaca!”.
Essa miopia social causou uma cegueira analítica e anestesiou o senso crítico, acreditar que o problema do meio ambiente são as divulgações de dados científicos, afirmar com toda convicção que não existe fome no Brasil e que o problema da economia é o aperto que os empresários sofrem com a carga tributária juntamente com os “excessivos direitos” da classe trabalhadora ou é falta de inteligência ou é pura maldade.
Para um governo entrar nos eixos e começar a ter pautas positivas para os mais necessitados é necessário ir além do mantra “É NECESSÁRIO TORCER PRA DAR CERTO”.
Bem mais do que torcer para dar certo ou errado é necessário analisar os fatos e as perspectivas diante das posturas do governo. Política pública eficaz deve ser analisado e julgada no seu conjunto, ficar analisando situações pontuais é se tornar um analista caolho e estará muito mais próximo de um gigantesco equívoco.
Continuar dividindo a população em meros torcedores em contra ou a favor é desperdiçar mais quatro anos de possibilidades para a melhoria das condições de vida do brasileiro, para se aproximar de uma interpretação real do governo não basta ser nem contra nem a favor, basta ser sensato, racional e honesto.
*Alberes Silva é professor