Opinião – Primeiras impressões – por Mário Bening

Mário Flávio - 04.09.2012 às 13:18h

Numa Guerra o resultado do conflito é definido por aquele que venceu as principais batalhas, que posicionou melhor suas tropas e as manteve motivadas ao longo do conflito, que usou melhor as informações e a contra informação. No final das contas quem elaborou as melhores táticas e estratégias e as aplicou corretamente tem grande chance de definir o conflito ao seu favor.

Nas campanhas eleitorais é a mesma coisa, o resultado das eleições tende para aquele que vence os principais embates com o seu adversário. Que posiciona melhor os seus recursos: militância, atos públicos, guia eleitoral e tem sucesso nos debates públicos. Isso sem falar no uso da contra informação, boatos pela internet, imagens que satirizam ou demonizam seus adversários, recursos usados por ambos os lados, mas nunca assumido.

Nesse conflito, o qual o prêmio é a cadeira de prefeito de Caruaru, inúmeras batalhas já foram travadas, mas ainda não temos um cenário definido com relação ao vencedor. Talvez as próximas pesquisas nos mostrem quem melhor comandou suas tropas nesses dois meses de campanha. Mas mesmo assim ainda é cedo para dizer quem vai vencer, mas já podemos dizer quem está se saindo melhor, uma primeira impressão.

No caso de Queiroz, ele saiu das cordas e ocupou o centro do ringue pautando o conflito com a oposição nos seus termos. O mesmo poupou suas forças para coincidir os atos públicos de campanha como seu guia eleitoral, retardando ao máximo o início dos embates com os seus adversários.
Usando o seu amplo arco de alianças, Queiroz vem tendo um guia tecnicamente perfeito, propositivo, bem coreografado e escorando-se no seu leque de apoios.

Mas ao mesmo tempo nota-se que não conseguiu responder de maneira convincente o porquê de uma gestão tão engessada, se possuía tantos aliados. E a todo questionamento feito pelos adversários repete como se fosse um mantra, “é a velha política”, sempre se esquivando nunca respondendo.

A campanha de Miriam praticamente dominou o mês julho, mas pela ausência do seu principal adversário. Construiu a visão da Miriam mulher e mãe, do rosto novo no cenário local, da sensibilidade em contra ponto as obras da gestão atual. Todavia todo esse esforço está sendo lentamente erodido por sua própria equipe, ao elaborar uma guia eleitoral confuso.

Enquanto o guia do seu principal adversário tem uma linha, uma constância, o de Miriam está à deriva ao sabor da improvisação. Se Miriam elabora a imagem de mãe e mulher sensível, sua própria coordenação de marqueting ao apelar no guia para críticas chulas enfraquece a imagem longamente construída. Que ela tem que criticar é o óbvio, mas o tom da crítica é que não está encontrando ressonância junto à população.

Já Fábio, antes um ilustre desconhecido, apresentou-se ao eleitorado da cidade, porém o que ficou evidente são as dificuldades do mesmo em se comunicar. Em elaborar uma crítica clara e inteligível, em emocionar e gerar empatia, seja no guia, nos debates ou atos públicos. Fábio não está conseguindo trazer o eleitorado cansado dessa polarização para o seu lado, principalmente por suas próprias limitações e a insistência no discurso da vítima que gera mais repúdio do que identificação.

Mas, Fábio possui um recurso que deveria usar mais, o seu vice, que poderia contribuir muito mais e que foi a grande surpresa do debate. Porém essas são as primeiras impressões, se Miriam saiu frente gradualmente ela vem cedendo terreno ante ao avanço devastador da máquina midiática de Queiroz, enquanto Fábio bate cabeça com uma estratégia confusa e mal articulada. Porém nada está por enquanto definido, muita água vai passar ainda por baixo dessa ponte até o pleito, várias mudanças de estratégias vão acontecer, e existe ainda o fator imponderável, o fato novo que pode estremecer o processo.

Porém o que fica mais palpável desse momento é que, o improviso e o amadorismo não tem mais espaço nas campanhas de Caruaru.