Opinião – Saúde pública fraterna: uma utopia possível – Por Paulo Nailson

Mário Flávio - 13.04.2012 às 11:00h

“O olhar está voltado para o acesso aos serviços, para as políticas em saúde pública, os atendimentos médicos e hospitalares, a falta de acesso a medicamentos. A situação está muito séria na adequação do SUS. Os pobres, que não têm possibilidade de ter plano de saúde, dependem de um sistema de saúde deficitário, que está longe de atender aos requisitos básicos. A saúde vai muito mal no Brasil” Dom Odilo Pedro Scherer, cardeal arcebispo de S. Paulo, na CF 2012.

A Campanha da Fraternidade (CF) 2012 tem como tema Fraternidade e saúde pública e como lema: Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38, 8). O grande desafio da CF deste ano é ajudar as pessoas a tomar consciência da necessidade de uma política de saúde pública fraterna: uma utopia possível.

O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Frei Leonardo Ulrich Steiner, assumiu o compromisso, ontem (12), de levar para o debate na instituição o Projeto de Lei que institui a Contribuição Social das Grandes Fortunas para a Saúde. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano “A fraternidade e a saúde pública” foi o que motivou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), relatora do projeto, a buscar o apoio da CBBB

O relatório da deputada Jandira Feghali estima uma arrecadação anual próxima a R$14 bilhões, que serão depositados no Fundo Nacional de Saúde (FNS) e destinados, exclusivamente, ao financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

61% DOS BRASILEIROS ESTÃO INSATISFEITOS – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a população brasileira está “correta” ao avaliar o atendimento do sistema público de saúde como “ruim” ou “péssimo”. A pesquisa Ibope foi feita para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) que mostrou com a qualidade do serviço de saúde. Os principais problemas apontados são: a demora no acesso ao atendimento, o desperdício e a qualidade do atendimento.

PERNAMBUCO – Segundo publicou o Diário de Pernambuco o sistema público de saúde de nosso estado ficou distante dos melhores do país na avaliação feita pelo Ministério da Saúde. Pernambuco ficou na 16ª colocação, com a nota 5,29, de acordo com os dados divulgados ontem pelo ministro Alexandre Padilha, durante a apresentação do novo instrumento do governo que pretende medir o acesso e a qualidade dos serviços da rede pública em todos os municípios, regiões, estados e país. A nota do Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS) varia de 0 a 10 e é calculada a partir de 24 indicadores, levando em conta desde a atenção básica até os procedimentos de alta complexidade.

Em Caruaru, embora não dispondo dos números da atual pesquisa, o serviço de saúde implantado pelo SUS conta com ações promocionais, preventivas e assistenciais, e, embora ainda esteja muito distante dos princípios de universalidade, integralidade da assistência e equidade; também das diretrizes descentralização, regionalização e hierarquização dos serviços, participação comunitária, avançou consideravelmente.

Saúde é direito de todos e dever do Estado, mas é um universo marcado por diferentes dimensões saberes, um campo amplo que se abre com diversas possibilidades de estudo, discussão e debate.
Sei que é quase que impossível fugir das divergências do momento pré-campanha em que vivemos euforicamente em nosso município. Mas já que estamos falando em números, a edição mais recente da Revista ANUÁRIO MULTI CIDADES apontou Caruaru como sendo a cidade que mais investe em saúde no nordeste.

Tivemos taxa de crescimento de 19,1%, acima da média nordestina, e ficou a frente de importantes capitais como São Luís (15,0%), Recife (12,4%) e João Pessoa (12,2%). Apenas perdeu para Parnaíba no Piauí com 50,5% e Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco com 24, 8%.

O levantamento mostrou investimentos em 2010 de mais de 80 milhões de reais na saúde municipal. Sendo 41 milhões de verbas da receita do SUS e o restante, recursos do próprio município. A pesquisa também revelou que nos últimos 5 anos, o período que se menos investiu na saúde de Caruaru foram em 2006 com 57. 584,1 milhões e 2007 com 57.856,2 milhões.
Os dados de 2011 e 2012 devem projetar números mais positivos por conta da UPA municipal e do que o governo projeta da reabertura da Casa de Saúde Bom Jesus e Hospital Jesus Nazareno, do Centro de Saúde da Boa Vista I, e da futura construção do Hospital Mestre Vitalino.

CARLINHOS PERMANECE PRESO

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negou na tarde desta quinta-feira (12) habeas corpus para o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O pedido foi feito na segunda-feira pelo advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que recebeu 15 milhões de reais para a “honrosa tarefa”.

CRIANÇA E CONSUMO

As crianças são vistas como a alma do negócio de muitas empresas e para formar pequenos consumidores compulsivos há uma distorção de valores no universo da criança por meio dos comerciais. Esse é o aspecto abordado pelo documentário “Criança, a alma do Negócio”, que foi lançado em 2008. A direção é de Estela Renner e a produção de Marcos Nisti. O filme de 50 minutos aborda a polêmica do consumismo infantil causado pelo apelo publicitário. http://consumismoeinfancia.com.

E A REFORMA AGRÁRIA, PRESIDENTA DILMA?

Dados do Incra mostram que Dilma Rousseff conquistou a pior marca de assentamentos de famílias dos últimos 17 anos.

ARAGUAIA

Amanhã (14), acontecerá o Sábado Resistente sobre os 40 anos da Guerrilha do Araguaia no Memorial da Resistência de São Paulo. O encontro reúne interessados no debate sobre as lutas contra a repressão, em especial a resistência à ditadura civil-militar implantada com o golpe de Estado de 1964. No encontro, ainda, haverá o lançamento da 2ª Edição de “Guerrilha do Araguaia: a esquerda em armas”.

PENSAMENTO
“A ciência de vencer é, contudo, facílima de expor; em aplicá-la, ou não, é que está o segredo do êxito ou a explicação da falta dele. Para vencer – material ou imaterialmente – três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades, e criar relações. O resto pertence ao elemento indefinível, mas real, a que, à falta de melhor nome, se chama sorte.” Fernando Pessoa