Em 1990 tomava posse no Brasil Fernando Collor de Melo. Um ano depois o país mergulhava numa crise onde a recessão e a inflação dominavam. O plano implantado por ele fracassou. O governo repleto de denúncias de corrupção envolvendo ministros e funcionários de alto escalão da República.
A esposa do presidente também foi envolvida em acusações de malversação de dinheiro público e de favorecimento ilícito de parentes. Depois foi Pedro de Mello em entrevista à revista Veja, denuncia um esquema de corrupção liderado pelo tesoureiro da campanha de Collor. Na sequencia o Congresso instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito que terminaria por recomendar o impeachment de Collor.
Neste cenário surgiu o Movimento pela Ética na Política, que nasceu de um pequeno grupo de pessoas. Segundo Betinho, “a princípio, ninguém acreditava em nossas chances de sucesso: nem o mundo político nem a mídia. Collor havia sido eleito por 35 milhões de votos. Nós nos contentamos em afirmar que a corrupção era inadmissível”.
Eram sindicalistas, universitários, militantes de partidos, pessoal das ONGs. A iniciativa partiu de uma proposta do deputado federal José Carlos Sabóia, do PSB do Maranhão, numa das reuniões mensais promovidas por uma ONG (INESC) com parlamentares progressistas. O deputado queixou-se do isolamento dos parlamentares democráticos no Congresso e sugeriu que o INESC convidasse a OAB, a CNBB, o IBASE e algumas personalidades políticas para discutirem a questão.
Era 9 de maio de 1992, veio a se realizar depois uma “Vigília pela Ética na Política”, que de fato aconteceu no auditório Petrônio Portella no Senado Federal, reunindo 183 entidades, 70 parlamentares e mais de 1.000 pessoas. No evento, foi lida uma Declaração ao Povo. E no dia 13 de julho do mesmo ano era lançado o documento “Ética na Política”.
O Movimento pela Ética na Política cresceu, chegando a reunir aproximadamente 900 entidades em coalizão. Collor deu “um tiro no pé” tentando reverter a negatividade do quadro apelando para um ato simbólico, convocando diretamente o povo a apoiá-lo. Pediu que a população saísse às ruas vestida com as cores nacionais num domingo. Eu aqui em Caruaru aderi ao luto, pois havia esta proposta e não fui o único nem foram poucos. Andava na rua e depois conferi pelos jornais e imprensa em geral que o luto simbólico dominava o país. Veio a plena adesão da mídia e logo depois os “caras pintadas”…
O resto todos já sabem. Com a abertura do processo de impeachment Collor renunciou, teve seus direitos políticos cassados e hoje novamente eleito pelo povo está não só de mandato como está entre os cem maiores brasileiros de todos os tempos (segundo constatou recente programa do SBT).
Duas décadas se passaram. Fatos como esse nos deixaram muitas lições, entre elas a de que apesar dos avanços e retrocessos históricos, a ética na política é o caminho e condição da democratização em qualquer lugar do mundo.
Comerciais da TV não poderão ter volume maior que da programação
A diferença entre o volume da programação dos canais de televisão aberta e os comerciais veiculados não poderá ser maior que 2 decibéis. A determinação é do Ministério das Comunicações, e foi publicada ontem (12) no Diário Oficial da União. As emissoras terão um ano para se adaptar às determinações da portaria.
Dorotéia (novamente) Vai à Guerra
Desde o dia 5 de julho acontece a III Mostra Rui Limeira Rosal de Teatro e dança. Uma das maiores mostras de teatro e dança já realizada em Caruaru. A mostra vai até o dia 29 de julho no Teatro Rui Limeira Rosal – SESC CARUARU e hoje tem o Espetáculo Dorotéia Vai à Guerra. De Carlos Alberto Ratton, direção de Gilberto Brito, apresentado pelo Grupo/Companhia: GRUPO DE TEATRO ARTE-EM-CENA.
Severino Florêncio, um dos atores em cena na peça, prepara para breve o lançamento do filme DEUS DANADO. Vale a pena esperar!
Paulo Nailson é dirigente político com atuação em movimentos sociais, Membro da Articulação Agreste do Fórum de Reforma Urbana (FERU-PE) e Articulador Social do MTST. Edita a publicação cristã Presentia. Foi dirigente no PT municipal por mais de 10 anos. Cursa Serviço Social.