
Um documento contendo uma análise sobre os primeiros cem dias do Governo Raquel Lyra foi distribuído em Plenário, nesta quarta, pela líder da Oposição na Assembleia Legislativa, Dani Portela, do PSOL. A parlamentar afirmou que a intenção da iniciativa não é apontar erros, mas sugerir ações ao Governo para que as políticas públicas sejam mais efetivas. Na avaliação de Dani, a gestão atual teve um início conturbado, com uma equipe de transição reduzida, que não manteve diálogo com a administração anterior, nem com os movimentos sociais.
Segundo a deputada, o resultado foi um balanço superficial, que não traz propostas concretas: “Não houve uma convocação de diferentes setores, não se buscou especialistas, não se ouviu sociedade, disso resultou um relatório que pouco se debruça sobre a situação real de um estado do tamanho do nosso, que não traz proposições concretas, ficando muito na superficialidade, apesar do relatório ter mais de 800 páginas…”
O discurso da líder da Oposição motivou reações em Plenário. Para o líder do PSB na Alepe, Sileno Guedes, após quase quatro meses de gestão, não se justifica mais tantas ações descontinuadas, como o Programa Mãe Coruja e o pagamento do décimo terceiro do Bolsa Família. O deputado revelou estar preocupado com o “silêncio e a apatia” da gestão estadual.
Já Renato Antunes, do PL, opinou que é preciso parar de governar Pernambuco olhando pelo retrovisor, ou fazer oposição “com o fígado”. O parlamentar analisou que falhas denunciadas na Casa, como a falta de merenda e de fardamento escolar, começaram na gestão passada. Na opinião do deputado, o Governo Raquel Lyra não teve tempo de “consertar a bagunça” deixada pela administração anterior.
Waldemar Borges, do PSB, discordou de Renato Antunes. Para Waldemar, a gestão atual “é só ranço, só fígado, querendo jogar a culpa para o Governo passado.” “Diante da incompetência de enfrentar os problemas que, todos sabem, Pernambuco tinha, só que eram enfrentados, resolvidos, e que nunca levaram Pernambuco à situação em que se encontra”.