PMDB foi estratégico na equação de 2018 – por Edmar Lyra

Mário Flávio - 09.09.2017 às 10:04h

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Muita gente questionou a decisão de Fernando Bezerra Coelho em assumir o PMDB para disputar o governo, quando tinha o DEM numa solução menos traumática. Porém, era preciso levar em consideração alguns fatores para desenhar o cenário de 2018 e entender o motivo de o PMDB ter sido tão estratégico para o projeto da oposição.

Com as campanhas cada vez mais difíceis de serem financiadas, as chamadas campanhas virtuais serão mais relevantes ainda no ano que vem. O guia eleitoral, que muita gente acha que ninguém assiste, é quem de fato impacta na decisão da disputa, sobretudo com a modificação na legislação realizada para as eleições de 2016, que diminuiu o guia e aumentou as inserções, bem como passou a contar para efeito de propaganda eleitoral apenas as seis maiores siglas da coligação.

Em 2014 o governador Paulo Câmara teve praticamente o triplo do tempo de televisão de Armando Monteiro. Com um guia bem produzido, Paulo cresceu como um foguete e terminou com quase 70% dos votos válidos. Nas eleições de 2016 Geraldo Julio estava atrás nas pesquisas, com o começo do guia, que tinha o dobro de João Paulo, ele ampliou a vantagem e por muito pouco não liquidou a fatura no primeiro turno.

Pela ordem da bancada, o PT fica em primeiro lugar, seguido do PMDB, do PSDB, do PP, do PSD, do PSB, do PR, do PTB, do DEM, do PDT, do PRB e do Solidariedade , que juntos formam as doze maiores bancadas da Câmara Federal, que impacta diretamente na formação do guia eleitoral, que durará 10 minutos em dois blocos diários, além das inserções de 30 e 60 segundos.

Fernando Bezerra Coelho teria, por enquanto, o PMDB, o PSDB, o DEM, o PRB e o PTB, que juntos teriam 186 deputados. Paulo Câmara teria PP, PSD, PSB e PDT, que juntos teriam 128 deputados, enquanto PT, PR e Solidariedade que possuem, 65, 34 e 15, respectivamente ainda aguardam desfechos para decidir seu caminho.

Nesta conta Fernando já teria mais tempo de televisão por causa do PMDB, mas se Paulo Câmara arrastar os três partidos que não entraram na conta, o jogo poderá virar e Paulo ter o maior tempo. Por isso foi estratégico para FBC o comando do partido em Pernambuco, uma vez que se os peemdebistas ficassem com a reeleição do governador, a vantagem aumentaria significativamente.

Pegar o PMDB foi muito mais do que uma demonstração de força de Fernando, foi tomar uma importante ferramenta do governador para buscar a reeleição e consequentemente igualar o jogo do ano que vem, uma vez que o guia eleitoral, mais precisamente as inserções, serão decisivos para a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas.