O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira (02), que a estatal vai praticar os preços “conforme ela achar que tem que ser”. A declaração foi dada em entrevista a jornalistas desde que assumiu o comando da empresa, no Rio de Janeiro.
“Aqui, como Petrobras, só me cabe dizer o seguinte: a Petrobras vai praticar preços competitivos, de mercado nacional, do mercado dela, conforme ela achar que tem que ser para garantir a sua fatia de mercado em cada lugar que ela estiver presente“, declarou.
Prates disse avaliar que o Preço de Paridade de Importação (PPI), que atrela o preço dos combustíveis no Brasil à variação do mercado internacional, não é sempre a melhor alternativa, por ser o preço do concorrente.
“Se é o PPI que é o melhor preço, por acaso, que seja. Mas na maior parte das vezes, talvez não seja, porque, ao meu ver, o PPI é o preço do concorrente. O PPI para a Petrobras só garante ao concorrente uma posição confortável. A minha é poder ser mais competitivo quando eu puder ser. Não quer dizer que eu seja obrigado a ser“, disse.
O presidente da Petrobras ainda classificou o PPI como “abstração” e que o mecanismo difere.
“O PPI é uma abstração. Imaginar que o PPI é o preço do Brasil, é imaginar que lá em Tabatinga, no Amazonas, e aqui em Ipanema, no Rio, o preço é o mesmo da Alemanha colocado no Brasil e não é assim“, afirmou.
Prates já havia dito no começo de janeiro que a mudança na política de preços da empresa estava nos planos, mas não seria feita no começo de sua gestão.
Durante a coletiva, o presidente da estatal disse que a discussão sobre o PPI vai começar quando o Conselho de Administração e a nova administração estiverem empossados.
Durante a coletiva, o presidente da estatal disse que a discussão sobre o PPI vai começar quando o Conselho de Administração e a nova administração estiverem empossados.
O ex-senador foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dezembro e foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras em janeiro em decisão unânime.
Prates será integrante do colegiado e ficará no comando da estatal. O mandato vai até 13 de abril de 2023, mesmo prazo dos demais diretores. Depois, o conselho poderá reconduzi-lo ao cargo.