
O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, anunciou que entregará seu pedido de demissão ao presidente Sergio Mattarella na noite de hoje após a ruptura de uma coalizão de união nacional no parlamento italiano.
Seu pedido de demissão era esperado caso o Movimento 5 Estrelas (M5S), parte da coalizão, boicotasse um “voto de confiança” previsto no Senado hoje.
A votação em questão diz respeito a um pacote bilionário de ajudas financeiras contra a inflação para famílias e empresas, porém o M5S é contra o texto devido a um artigo que permite a construção de uma usina de energia de resíduos em Roma, projeto ao qual o movimento sempre se opôs.
A maioria do Parlamento concedeu o voto de confiança em relação ao projeto, uma vitória para Draghi. Tais moções de confiança em projetos de lei governamentais visam garantir a coesão dos partidos aliados.
Mas o posicionamento do M5S gerou uma crise na coalizão de governo, que perde assim a maioria para governar. Mario Draghi tinha dito nesta semana que seu governo não poderia continuar sem o apoio do M5S e descartou liderar uma coalizão com composição diferente.
Draghi, economista de prestígio e ex-presidente do Banco Central Europeu, foi convidado em fevereiro de 2021 por Sergio Mattarella para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento. A única exceção é o partido de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI), que permaneceu na oposição.
O presidente Mattarella pode tentar persuadir Draghi a permanecer e convocar um novo voto formal de confiança nos próximos dias. O chefe de Estado também pode tentar nomear um novo líder interino para conduzir a Itália às eleições de 2023.
*Com informações de DW, AFP e Reuters