A situação das estradas pernambucanas foi tema de discussão na Reunião Plenária desta segunda, na Assembleia Legislativa. Parlamentares cobraram melhorias nas rodovias estaduais e federais, e representantes do Governo e da Oposição discordaram sobre a responsabilidade na manutenção das vias. Edson Vieira, do União, foi o primeiro a comentar a situação, com destaque para o percurso do Polo de Confecções do Agreste. O deputado registrou a retomada das obras de duplicação da BR-104, e falou da “enorme preocupação” com relação a um trecho de sete quilômetros que passa por Toritama, que não será duplicado neste primeiro momento.
“Algo muito preocupante para nós que fazemos o Polo de Confecções, e que em tempo de alta, na geração de emprego e de boas vendas de confecção, a cidade de Toritama, a cidade de Santa Cruz recebem mais de 300 ônibus em um único dia, com pessoas que vêm fazer suas compras.”
O deputado ainda fez um apelo ao Governo do Estado para que agilize a recuperação das PEs 130, 145 e 160, que, segundo Vieira, são estratégicas para o desenvolvimento do Polo de Confecções. Líder do Governo, Izaías Régis, do PSDB, reconheceu que existem muitas estradas em más condições no Estado, mas ressaltou que muitos dos problemas apontados têm origem em governos anteriores. “Nós não podemos estar simplesmente aqui, cobrar, cobrar, e não lembrarmos que nós também erramos, que o Governo passado errou em não ter cuidado das estradas.”
O parlamentar destacou que a governadora Raquel Lyra está empenhada em promover a melhorias, e tem recebido apoio e recursos do Governo Federal.
Para Waldemar Borges, do PSB, o Governo não deveria usar o “discurso de retrovisor” para justificar a inércia do Estado diante das dificuldades. “Não é possível que, um ano depois das eleições, a gente ainda esteja aqui em Pernambuco ouvindo esse discurso do passado, recebendo essas desculpas do atual governo que só olha para o retrovisor, que não consegue colocar farol para ver o desafio que tem à frente.” Borges ressaltou que os governos anteriores também encontraram estradas desgastadas pelo tempo, mas em vez de criticarem gestões passadas, começaram a enfrentar o problema. Ele lamentou, ainda, a paralisação de obras que já estavam em andamento, a interrupção de programas que ainda não foram substituídos, e a falta de diálogo do Governo com a Casa Legislativa.
