Os recentes gestos entre a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o presidente Lula (PT) mostram que ambos estão pra lá de satisfeitos com os gestos, mas o que isso pode respingar em futuras alianças ou na base do presidente Lula? A conta não é simples, mas na política tudo é possível. Ao vir ao estado, em duas ocasiões, a tucana foi vaiada pela militância petista e isso incomodou a Lula, que saiu em defesa dela.

Raquel desde então vem cumprindo várias agendas em Brasília e em todas faz questão de enaltecer as parcerias com o Governo Federal. O governo facilitou ao máximo para que a gestora tivesse empréstimos conseguidos junto á Caixa e o Banco do Brasil. Por onde passa nas caravanas do Ouvir para Mudar, a tucana valoriza a parceria com o petista.

Além disso, a vinda da presidente do PT nacional, Gleise Hofmann, ao estado e o lançamento do nome de Humberto Costa como pré-candidato ao governo do estado, mandando um recado para o PSB, é um recado claro que pode ter essa aproximação entre Raquel e os petistas. Mesmo sendo presidente estadual do PSDB, o partido segue desidratando e perdendo filiados, com isso, Raquel deve procurar outra legenda.

A vinda de André de Paula e o PSD para a base da governadora podem facilitar uma possível unidade mais pra frente. Lula também tem interesse em ter os nove governadores do Nordeste na base dele e só Raquel não pediu votos para ele ano passado. O voto do PT no pacote fiscal enviado à Assembleia também chama atenção.

A oposição não votou a favor do aumento na alíquota do ICMS e nem na redução do IPVA, por discordar de algumas partes da redação, mas a bancada petista foi com o governo. Vale lembrar ainda das raízes de esquerda de Raquel, já que ela foi eleita deputada duas vezes pelo PSB e o pai dela, o ex-governador João Lyra, disputou a prefeitura de Caruaru em 2004 pelo PT.

Raquel vai pensar muito no caso e o próprio Partido dos Trabalhadores também, já que há muito em jogo, mas não seria nenhuma surpresa, pelo menos para este blogueiro se a governadora fosse para as hostes do PT. A conferir.