Recife passará a ter rodízio de veículos para conter avanço do coronavírus

Mário Flávio - 11.05.2020 às 10:57h

Do Blog do Jamildo

O Governo de Pernambuco vai anunciar ainda nesta segunda-feira (11) o endurecimento do isolamento social, feito em razão da pandemia do coronavírus. Neste momento, o governador Paulo Câmara (PSB) se reúne com chefes de outros poderes, conforme o blog antecipou neste domingo (10)

Segundo o blog apurou, entre as novas medidas discutidas está a adoção do rodízio de carros, motos e outros veículos no Recife. O anúncio oficial deverá ocorrer ainda nesta segunda. As autoridades discutem o dia de início da nova restrição e se haverá extensão para outras cidades da Região Metropolitana.

No sábado (10), o prefeito do Recife, Geraldo Julio, se encontrou com o governador Paulo Câmara e já havia adiantado que novas medidas seriam anunciadas nesta segunda em parceria com o Estado. Na reunião, Geraldo e Paulo analisaram dados e informações com o objetivo de planejar as novas medidas restritivas.

Até este domingo (10), Pernambuco tinha oficialmente 13.275 casos e 1.047 mortes por coronavírus.

Como deverá funcionar o rodízio

A circulação de veículos deverá ficar da seguinte forma. Em dias pares, circularão apenas veículos com final da placa com número par (final 2, 4, 6, 8 ou 0).

Enquanto em dias ímpares, apenas veículos com placas finalizadas em números ímpares (final com 1, 3, 5, 7 e 9) circulariam. 

Condutores que não seguirem as regras poderão ser autuados e alvos de multas.

Lockdown

No fim de semana, o Ministério Público de Pernambuco entrou com agravo de instrumento no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para que o Poder Judiciário determine a instalação de um lockdown (bloqueio total) no Estado.

Na semana passada, a primeira instância judicial negou pedido do MPPE para determinar o isolamento mais severo em Pernambuco.

O governador Paulo Câmara, do PSB, não pediu nem decretou o lockdown (bloqueio total das atividades e circulação de pessoas) em Pernambuco por avaliar que a medida seria inviável e inócua, ao mesmo tempo, especialmente sem a ajuda do governo Bolsonaro.

Os aliados usam o exemplo de Fernando de Noronha para ilustrar. Lá foi realizada uma quarentena, como os brasileiros chamam o lockdown antes da epidemia.

Como é um arquipélago, o governo do Estado pode ter o controle do acesso das pessoas, seja por mar ou pelo aeroporto. Tem também efetivo policial para acompanhar as medidas e, eventualmente, punir quem as descumprir.

O exemplo de São Luís, que também adotou o lockdown, também é emblemático. Sendo a cidade uma ilha, pode ser fechada, mesmo assim acabou até aqui não tendo adesão popular.

No caso de Pernambuco, o governo do Estado começou avaliando que a medida faria água, a partir da Região Metropolitana, justamente porque não contaria com a participação do governo Federal. Sem o apoio federal, o bloqueio não seria efetivo. Os aliados citam o caso da BR-101, que corta vários municípios, como Abreu e Lima Paulista, até o Cabo. Áreas de escape demais, sem garantia de apoio das forças federais.