Ricardo Salles rebate críticas internacionais e questiona cobrança feita por outros países em relação às queimadas na Amazônia

Mário Flávio - 06.06.2020 às 06:55h

No Dia Mundial do Meio Ambiente, o ministro Ricardo Salles foi entrevistado por Eduardo Ribeiro e pelos repórteres Thaís Furlan e Thiago Nolasco do Jornal da Record. A entrevista começou com questionamentos sobre as ponderações recentes a respeito da resolutividade das multas ambientais aplicadas no Brasil. Salles afirmou que “quando analisamos o processo sancionatório, verificamos que o índice de resolutividade é muito baixo, da ordem de 3% ou 4%”. 

O Ministro também mencionou que alguns processos duram até sete anos para chegar ao fim e afirmou ser necessário “criar processos sancionatórios mais lógicos, como audiências de conciliação”. 

A respeito da nota a publicada hoje por órgãos relacionados ao Ministério Público Federal sobre possíveis omissões dos órgãos responsáveis ao combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia, Salles respondeu que “o desmatamento no Brasil vem aumentando desde 2012, outras questões além da fiscalização precisam ser feitas em paralelo”. O ministro ressaltou ainda que “graças ao decreto da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) reduzimos as queimadas ao menor índice dos últimos 20 anos”. 

Sobre a atuação do governo no combate às queimadas e críticas internacionais, Salles disse que o governo “tem feito um trabalho muito firme”. O ministro afirmou que será possível cumprir a meta de redução de emissão de carbono exigida pelo acordo de Paris e pontuou que 75% das emissões vem de combustíveis fósseis emitidos por países ricos, ressaltando que “querem colocar o Brasil na posição de vilão, apesar de ele ser responsável por apenas 3% da emissão”. 

Em relação à retirada do Fundo da Amazônia, Salles destacou que “se nos derem a nossa parte no acordo de Paris, teremos dinheiro para fazer muito mais”. O Ministro cobrou “coerência” das autoridades estrangeiras: “Nós não precisamos que venham aqui só apontar os nossos problemas. Venham apontar soluções e colocar dinheiro para valer”, reclamou. 

Durante a entrevista, o ministro também falou sobre a agenda de concessões de Parques Nacionais como Itaimbezinho, Gramado e Canela, Lençóis Maranhenses, Jericoacoara, Parque de São Joaquim e Parque da Chapada dos Guimarães.