Diante das versões que circulam em Brasília de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estaria prestes a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, um grupo de deputados já se articula para tentar afastá-lo do cargo.

Cunha e o senador Fernando Collor (PTB-AL) seriam denunciados nesta quinta-feira (20) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Os deputados que defendem o seu afastamento pertencem a diferentes partidos: PMDB, PT, PSB, PSOL, PSC e PPS.

“Eduardo Cunha está fragilizado. A denúncia fragiliza a lógica de Cunha de se defender atacando o governo. Essa tática cansou”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), secundando palavras que já haviam sido ditas pelo deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que votou em Cunha e agora está contra ele.

Eduardo Cunha, por sua vez, disse a aliados nesta quarta-feira que o governo Dilma costurou um “acordão” com a Procuradoria-Geral da República no sentido de prejudicá-lo.

Por esse suposto “acordo”, o presidente do Senado, Renan Calheiros, comandaria a recondução do procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao cargo, e em troca ficaria fora da lista dos denunciados.

Cunha foi acusado pelo empreiteiro Júlio Camargo de ter cobrado uma propina de 5 milhões de dólares referente a um dos contratos celebrados pela empresa dele com a Petrobras.