Por meio de nota a direção do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) fez várias denúncias sobre a situação da saúde em Caruaru. Segundo a direção da entidade, a cidade passa por graves problemas, que vão desde a falta de estrutura a problemas de relações trabalhistas com a categoria. A nota diz que as ambulâncias estão sucateadas e que gestores da saúde em Caruaru fazem vista grossa para a situação. Segue a íntegra da nota.

“A situação da saúde no município de Caruaru tem gerado insatisfação aos médicos e à população. O quadro se agrava no dia a dia, com ambulâncias sucateadas, precariedade nas estruturas físicas das unidades de saúde, falta de insumos, medicamentos e equipamentos, inclusive de leitos para internamentos. Outro agravante é o desfalque de profissionais nas escalas de plantão. Os gestores públicos fazem “vista grossa” diante da realidade. O descaso e a omissão ferem a dignidade daqueles que lutam em defesa de um sistema de saúde pública de qualidade.

Segundo dados do Governo Federal, através do Ministério de Saúde, Caruaru tem 87 unidades de saúde – entre PSFs, unidades do SAMU, Policlínicas e hospitais. O déficit de pessoal e a falta de insumos básicos estão complicando o trabalho e a assistência à saúde. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) alerta aos gestores públicos e as autoridades que tomem providências e defendam os legítimos interesses da população caruaruense. Que o artigo 196, da Constituição Federal seja respeitado integralmente: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”

Confira a situação de algumas Unidades de Saúde de Caruaru:

Casa de Saúde Bom Jesus

• UTI fechada por tempo indeterminado;
• Redução drástica no numero de cirurgias eletivas, gerando meses de espera por procedimentos cirúrgicos;
• Setor de radiologia e imagem também com número de atendimentos insuficientes;
• Falta de segurança para os profissionais da Unidade.

ESF (Estratégia Saúde da Família)

• Número de equipes insuficiente, atualmente 43 (mesmo número há cinco anos), quando o indicado gira em torno de 90 equipes;
• Falta de medicamentos básicos;
• Estrutura física inadequada em vários postos de atendimento;
• Dificuldade em encaminhar pacientes aos especialistas. Policlínica do Idoso• Número insuficiente de profissionais, o que gera vários dias de espera para atendimento, neste caso agrava-se a situação diante do perfil dos pacientes, todos idosos.
• Policlínicas (Manoel Afonso, Salgado)
• Escalas incompletas;
• Sobrecarga de atendimentos atingindo o profissional médico;
• Falta de medicamentos básicos;
• Ambulâncias em estado precário.

Relações Trabalhistas

• Atrasos salariais frequentes, especificamente atingindo a categoria médica;
• Irregularidade no pagamento da gratificação de férias (terço de férias) a vários profissionais médicos;
• Desrespeito claro à Lei, com ausência de pagamento dos adicionais noturnos e de insalubridade;
• Remuneração mensal realizada de forma “parcelada” (O profissional não tem conhecimento do dia que receberá o salário);
• Débito no décimo terceiro salário dos médicos do SAMU.

Médicos e população de Caruaru merecem uma Saúde Melhor. A Diretoria”.